Dr. Cledson diz: Não há necessidade da Moção de Repúdio
Canindé/SE – Quinta-feira, Seção do Legislativo Municipal do dia 21, na tribuna da Câmara Municipal de Vereadores de Canindé de São Francisco o uso da palavra foi intensificado pela solicitação de aprovação e assinaturas de uma Moção de Repúdio a Autoridade Policial, Delegado Dr. Cledson Ferreira Pinto, que, na concepção dos Vereadores, foram tratados de forma desrespeitosa e autoritária.
Adeval Marques 
Na  ocasião, dos nove Vereadores, compareceram à casa oito deles e todos os  presentes, com exceção do Vereador José Renato, o Tutucha, usaram da  tribuna e não só votariam pela aprovação como também reiteravam as suas  assinaturas junto ao manifesto em sinal de união e sensibilidade aos  colegas Vereadores. No final da seção, a Moção de Repúdio foi aprovada e  solicitada o seu encaminhamento junto a Autoridade Policial.
Sexta-feira, dia 22,  a Moção de Repúdio é encaminhada a Delegacia, onde foi recebida e  protocolada pelo expediente da mesma e levada ao conhecimento do  Delegado, o qual forneceu cópia do referido documento ao blog  RevistaCanindé. Fomos recebidos pelo próprio Dr. Cledson Ferreira, em  seu gabinete, e nos forneceu as informações necessárias para que toda a  sociedade possa entender o que aconteceu.
Antes  de iniciar a conversa, o Dr. Cledson Ferreira deixou claro que não  estava dando uma contra-resposta aos Vereadores e muito menos se  justificando, apenas concederia a entrevista em função da solicitação do  blog RevistaCanindé e pelo fato de ter sido o nosso blog o responsável  por divulgar o acontecido, além de saber que o espaço e bastante  acessado pela comunidade de Canindé de São Francisco, devido aos  assuntos e informações imparciais levadas à sociedade. O Delegado   começou dizendo que: “A minha relação para com o Legislativo Municipal  de Canindé, sem exceção de nenhum Vereador, é baseado no respeito, na  atenção e na obrigação responsável do meu dever enquanto Autoridade  Policial. Aqui estou para servir toda à sociedade, do cidadão mais  humilde ao mais abastado, da classe política em suas Autoridades, do  comércio, das religiões e de todos os grupos da sociedade sem distinção  de grau ou qualquer outro status, mesmo que possa haver uma ou outra vez  um erro de ação, como é comum a qualquer pessoa”.  
Iniciando a entrevista:
RevistaCanindé: Dr.  Cledson, na Seção de quinta-feira, dia 22, alguns Vereadores se  posicionaram pela coleta de assinaturas e aprovaram uma Moção de Repúdio  encaminhada ao senhor.  Como o senhor esta vendo essa situação?  
Dr. Cledson Ferreira:  Com tranquilidade e consciente de que jamais, a começar dos meus  princípios de educação, eu uso do desrespeito a qualquer cidadão ou  Autoridade que venha até mim e solicite dos nossos préstimos.
RevistaCanindé: O senhor teve acesso a nossa matéria e teve conhecimento da fala dos Vereadores?  
Dr. Cledson Ferreira: Sim  e acho que é um direito que lhes assiste enquanto Autoridades  constituídas pela sociedade e para representá-la, apenas, não vejo a  necessidade da Moção, uma vez que tudo  pode ser resolvido no campo das  boas relações que devem ser mantidas entre os órgãos e os seus  representantes em nome do bom andamento e condução da segurança da  sociedade.  
RevistaCanindé:: O senhor disse a frase: “Pank, na minha casa mando eu”. O que o senhor quis dizer, necessariamente, com esta frase?  
Dr. Cledson Ferreira: Em  nenhum momento fiz expressão de desrespeito ao pronunciar tal frase,  tendo falado em sentido explicativo, não demonstrando nenhuma Autoridade  além da que já funcionalmente possuo. Não falo no sentido de posse  pessoal e sim no sentido administrativo, mas a forma como isso foi  interpretado é que gerou toda a situação, mesmo eu tendo falado em tom  baixo. A Delegacia é da Autoridade responsável assim como a Câmara  Municipal em seus gabinetes são, nos mandatos, de cada Vereador, ou  seja; no gabinete de Pank, manda Pank; no gabinete de Adriano, manda  Adriano; na Presidência da casa, quem manda é o Presidente e assim por  diante. Eu não posso simplesmente chegar na Câmara de Vereadores ou em  qualquer gabinete e intervir na administração da casa, nos trabalhos da  Presidência, nos trabalhos dos gabinetes, isso seria um ato de  irresponsabilidade no exercício da função e de desrespeito.   
RevistaCanindé:: Ao receber a Moção qual foi a sua reação e o que o senhor planeja?
Dr. Cledson Ferreira:  Recebi, como já falei, tranquilo e com a consciência em paz. Apenas não  achei necessária e sobre isso o que eu planejo, posso assegurar que sou  um Delegado a serviço do Estado. Então, estou hoje aqui e amanhã posso  estar em qualquer outro lugar onde os nossos serviços sejam solicitados  no desempenho das minhas atribuições. Embora tranquilo, fiquei  simplesmente desapontado com a postura tomada, haja vista que sempre  recebi bem os Vereadores e considerava muitos deles como amigos  particulares, independente da posição política que tomassem. Inclusive,  sempre que possível, e que não acarretasse na prática de prevaricação,  procurávamos atender os pedidos por eles feitos.
RevistaCanindé: O  que o senhor teria para dizer ao Legislativo Municipal, em especial a  comissão de Vereadores, que vieram lhe fazer a visita e por fim a  sociedade?  
Dr. Cledson Ferreira:  Não quero dar nenhuma resposta aos Vereadores, pois estou consciente do  meu papel como Autoridade Policial, do meu dever. Eu não os tratei com  desrespeito, se houve quebra de postura de pessoas ali presentes, foram  praticadas pelos próprios vereadores, que sem possuírem conhecimento  técnico da ciência do Direito e sem estarem a par dos fatos, agiram de  forma a colocar em dúvida a idoneidade e capacidade dos que representam a  Polícia Civil em nossa cidade. Não quero dar nenhuma resposta aos  Vereadores, pois estou consciente do meu papel como Autoridade Policial e  do meu dever, sendo o trabalho da Delegacia reconhecida perante a  Sociedade Canindeense e região, pela Justiça local e pelo Ministério  Público, sendo o reconhecimento destes últimos de natureza técnica. Eu  não os tratei com desrespeito e nem fui autoritário, isso é fato. Posso  dizer que, entre outras coisas, um homem pode ser conhecido pela  sociedade por sua postura, seu trabalho, sua índole, sua fé e sua  reputação. Meu histórico e os serviços que desempenhamos em Canindé  estão ai para serem julgados e, tenho a certeza, por Canindé, eu Cledson  Ferreira, só fiz o bem. Estou respaldado nos casos que elucidamos, nas  prisões dos mal-condutas que efetuamos, no fechamento de pontos de  drogas, em vários casos que, se formos falar, seria desnecessário. Não  uso a Instituição da Polícia e nem o cargo de Delegado para me  autopromover, ou para maltratar, desrespeitar ou qualquer outra  situação. Respeito os Vereadores e tenho a certeza que haverá um tempo   para a reflexão do ato.  
RevistaCanindé: O senhor gostaria de acrescentar mais alguma coisa
Dr. Cledson Ferreira: Eu  compreendo e desejo o bem aos Vereadores. Isso não é um pedido de  desculpas e também não existe crise entre esta Autoridade Policial e o  Legislativo Municipal, cada um exerça a sua função com profissionalismo.  É um direito que lhes assiste, mas foi lamentável o pedido de Moção de  Repúdio, e mas lamentável falar em nome do podo de Canindé, já que sou  bem quisto na cidade. O diálogo deve existir nas boas relações que devem  nortear a direção dos bons caminhos em nome das boas causas em prol da  sociedade e da construção que nos propomos a fazer por um mundo melhor. É  o que tenho a dizer.
Entenda o que aconteceu:
Na  quinta-feira, dia 21, na parte da tarde, por volta das 15:00hs., uma  comissão de Vereadores, formada pelo Presidente do Legislativo  Municipal, Joselildo Nascimento (Pank), do 1o. Secretário, Adriano  Santana e dos demais Parlamentares Edimilson da Agrovila e Luciano  Ferreira, se dirigiram à Delegacia de Polícia local no intuito de  conversar com a Autoridade Policial, Dr. Cledson Ferreira, na intenção  de obter informações de como funcionava a vigilância privada que estava  em funcionamento na cidade de Canindé há alguns dias.  
Relato prestado pelo Delegado Dr. Cledson Ferreira Pinto ao blog RevistaCanindé
"Os  parlamentares me procuraram (Autoridade Policial) para obterem a  informação no sentido da legalidade da vigilância particular, suas  atribuições, se poderia portar armas, fazer rondas locais, abordagem de  cidadãos, encaminhamentos e solicitações junto à Delegacia e 4o. BPM -  Batalhão de Polícia Militar - entre outras perguntas. Eu os recebi em  meu  gabinete e no corredor da Delegacia se encontrava o flagranteado de  nome José Cruz que, por ser professor, não fora colocado de imediato  atrás das grades, mesmo tendo sido  preso em flagrante delito por  conduzir uma moto com o garupa sem capacete, colocando assim em risco a  vida ou saúde de outrem (art. 132 do CP), e por praticar o crime de  desacato contra um policial no momento da apreensão do veículo (art. 331  do CP). A fiança já havia sido arbitrada e deixamos o conduzido com o  celular para que este pudesse levantar o valor necessário para sua  soltura, tendo o conduzido permanecido no corredor da delegacia das  13h30 às 16h00, tendo este, invés de utilizado da oportunidade dada para  angariar recursos, utilizou do tempo para ligar para conhecidos e  afirmar que estava sendo preso injustamente, tendo afirmado isso também  para os Vereadores. Mesmo com toda boa vontade e paciência da Autoridade  Policial e de seus Agentes, já que o infrator se negava a pagar a  fiança e afirmava que não iria pagar nada, não se poderia proceder de  outra forma, senão recolhê-lo ao cárcere, como já deveria ter sido  tratado desde o início, conforme determina a lei". 
Continua o Delegado dizendo: "Nós  estávamos conversando quando um dos Agentes fora conduzir o infrator ao  cárcere. Por este se recusar a entrar na cela, o Agente de Polícia  tentou persuadi-lo a entrar, tendo em determinado momento sido  necessário pelo Funcionário Público usar de uma voz mas incisiva e em um  tom mais elevado. Neste momento, o Vereador Pank, invés de procurar  explicações, simplesmente se levantou e abriu a porta para ver o que  estava acontecendo. Enquanto o Vereador se dirigia à porta, foi  solicitado, em tom brando a seguinte frase: “Pank, por favor, deixe o policial resolver”,  tendo repetido mais duas vezes tal frase. Após solicitação dos outros  Vereadores, Pank retornou ao seu lugar, tendo sido explicado a ele e aos  demais Vereadores que “Na minha casa mando eu”. Da mesma forma que Vereadores  mandavam na Câmara Municipal. Portanto, qualquer situação deveria ser  tratada com a Autoridade Policial, pois do contrário, seria uma falta de  respeito. Após isso, Pank se prontificou a pagar a fiança e se retirou  do local, sendo seguido pelos demais vereadores. Passando a Autoridade  Policial a tratar do caso com o Defensor Público, Dr. Galdino".
Dr. Cledson Ferreira:: Gostaria  de agradecer ao espaço que o blog RevistaCanindé me concede afim de  poder expressar meu relato e em especial a Adeval Marques por levar até a  sociedade as informações de forma imparcial. Quero também agradecer o  apoio da população, inclusive de comerciantes de expressão que se  recusaram a assinar tal lamentável documento. Obrigado.
Adeval Marques 
FONTE: http://revistacaninde.blogspot.com 
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