sábado, 2 de julho de 2011

Corpo de ex-presidente Itamar Franco será velado em Juiz de Fora e Belo Horizonte

Corpo de ex-presidente Itamar Franco será velado em Juiz de Fora e Belo Horizonte
REUTERS
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Itamar Franco, 81 anos, morreu neste sábado no Hospital Albert Einstein, vítima de acidente vascular cerebral (AVC), após se internar para tratamento de uma pneumonia.
Desde o dia 21, Franco estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para se recuperar de uma pneumonia grave e respirava por aparelhos.
Em boletim médico divulgado neste sábado, o hospital informou que Itamar Franco faleceu às 10h15. O corpo do ex-presidente permanece no hospital e deve ser levado para Juiz de Fora, em Minas Gerais, no domingo, segundo informações da assessoria do Albert Einstein.
De acordo com a nota do hospital, o corpo do senador por Minas Gerais --Estado pelo qual cumpriria mandato até janeiro de 2019-- será transferido para Juiz de Fora, para ser velado, e depois para Belo Horizonte, onde receberá homenagens no Palácio da Liberdade.
Depois, o corpo de Itamar Franco será cremado.
O ex-presidente internou-se na UTI do Hospital Albert Einstein para tratar uma pneumonia contraída durante o tratamento da leucemia, mas seu estado de saúde se agravou.
Itamar presidiu o país entre 1992 e 1994, depois do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Durante seu mandato 'tampão', ele contornou a crítica institucional do país e criou o Plano Real.
A presidenta Dilma Rousseff divulgou nota oficial lamentando a morte do ex-presidente e senador Itamar Franco. Veja a nota na íntegra:
'Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento do senador e ex-presidente Itamar Franco. Dirigente do país em um momento crucial da nossa história recente, o presidente Itamar nos deixa uma trajetória exemplar de honradez pública. O Brasil e Minas sentirão a sua falta. Neste momento de dor, quero transmitir meus sentimentos a seus familiares e amigos.'
A agência de notícias oficial informou que a presidente Dilma Rousseff participará do velório do ex-presidente e senador Itamar Franco, neste domingo, em Juiz de Fora.
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), emitiu nota de pesar lamentando a morte do ex-presidente e disse que sua principal marca foi o 'caráter nacionalista e empreendedor'.
'Era um nacionalista nato que sabia ser polêmico, mas, ao mesmo tempo, um construtor de alternativas para enfrentar os principais problemas do país. Amava o Brasil como amava o seu povo', afirmou o parlamentar.
O presidente do Senado, José Sarney, ressaltou o papel do ex-presidente na estabilidade econômica do país e sua trajetória política.
'Itamar Franco é uma legenda do povo mineiro. Um dos maiores brasileiros do seu tempo, tendo exercido uma vida pública com dedicação total ao país, colocando suas qualidades de honradez, dignidade, inteligência e capacidade a serviço das grandes causas nacionais. Foi durante seu governo que o País encontrou sua estabilidade econômica com o Plano Real.', afirmou Sarney em nota.
O senador Fernando Collor (PTB-AL) lamentou a morte do colega Itamar Franco, também ex-vice-presidente eleito em 1989, no mandato de Collor.
'Sinto muitíssimo a perda de um amigo e grande presidente do nosso País. Itamar foi um companheiro inexcedível durante o período em que militamos juntos na política. Perde o Senado e a vida pública brasileira.', disse Collor em nota.
TRAJETÓRIA
Formado em engenharia civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora, foi prefeito por duas vezes e, em 1974, elegeu-se senador pelo MDB, partido de oposição ao regime militar (1964-1985), sendo reeleito em 1982.
O grande salto na carreira, no entanto, começou em 1989 quando lançou-se candidato a vice-presidente na chapa do extinto Partido da Reconstrução Nacional (PRN), encabeçada pelo então governador de Alagoas Fernando Collor de Mello.
Com o impeachment de Collor em 1992, Itamar se viu alçado ao cargo mais alto do país, ao centro de uma crise institucional e ao mandato em que foi criado o Plano Real, que colocaria fim à inflação de mais de 1.000 por cento ao ano.
Elegeu-se governador de Minas Gerais em 1998 e, pouco depois de assumir no ano seguinte, decretou a moratória da dívida do Estado com a União, gerando turbulências nos mercados financeiros num momento delicado da econimia do país.
Itamar também foi embaixador do Brasil em Lisboa, Roma e na Organização dos Estados Americanos (OEA).
Aliado ao ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB), se elegeu ao lado dele senador por Minas Gerais pelo PPS em 2010 com 5,1 milhões de votos. Seu mandato como senador iria até 2019.
(Por Jeferson Ribeiro e Eduardo Simões)

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