terça-feira, 2 de outubro de 2012

A propósito das eleições

Estamos novamente em período eleitoral. Voltam os ingredientes de sempre para este tempo: as promessas dos candidatos, as esperanças de mudança, as acusações, as compras de votos, os pactos eleitorais muitas vezes incompreensíveis, o clima meio policial criado por uma lei eleitoral que trata o povo como tolos com necessidade de tutela: "não pode isso, não pode aquilo"...

Mas, o que importa mesmo, o que deveria estar presente na consciência dos eleitores são algumas poucas e simples ideias. Ei-las, algumas, a seguir.


1. As eleições são parte importante da formação da nossa jovem democracia. Votando, aprende-se a participar, toma-se consciência de que o poder pertence originariamente ao povo e é este quem escolhe a quem confiá-lo. Os governantes são representantes da vontade do povo e a ele devem servir.

2. O período eleitoral deve ser ocasião para examinar com seriedade o caminho político dos candidatos. Distinguindo-se cuidadosamente os verdadeiros dos falsos argumentos da campanha, é necessário analisar atentamente a personalidade e o histórico de cada um dos que pleiteiam ser eleitos. Atenção que é importante para a democracia não somente votar, mas avaliar o que foi feito com o voto que se deu: foi ele honrado ou não no exercício do mandato anterior que tal político exerceu?

3. O eleitor deve votar pensando no bem comum, ou seja, nos grandes projetos para o bem da maioria. Seria imoral um voto dado pensando somente no próprio benefício! É preciso saber conjugar os legítimos interesses de cada um com o bem da sociedade em geral. no caso ce um cristão, este nunca deve votar em quem defende valores contrários à fé: aborto, sexo "livre", dissolução da família, eutanásia, laicismo, etc.

4. As promessas feitas pelos candidatos devem passar pelo crivo do realismo: donde virão os recursos para se cumprir o que se está prometendo? É uma promessas factível ou demagógica?

5. Deve-se prestar mais atenção à pessoa em quem se vota que no partido ou grupo aos quais ela pertence, pois no Brasil muda-se de partido ou de grupo como se muda de roupa.

6. Nunca se deve trocar voto por benefícios particulares. Isto seria uma indigna compra de votos! Para o cidadão é imoral, para o eleitor é crime, para o cristão é pecado.

7. Nunca se deveria pensar que político algum presta. Há políticos melhores e piores. Devemos escolher os melhores.

8. Finalmente: a democracia deve ser construída passo a passo pela sociedade toda, de modo que os melhores sejam eleitos, as instituições sejam fortalecidas, todos tenham oportunidades na vida, os culpados sejam punidos, o cidadão tenha seus direitos respeitados, a corrupção seja coibida e o país seja a pátria de todos.


Uma coisa é certa: será o povo a decidir quem o governará. O povo quer dizer nós, eu e você. Mais que Lei da Ficha Limpa, mais que a dureza quase ditatorial da lei eleitoral e os mil modos de se tentar proteger e tutelar os eleitores, é o povo quem decidirá, quem aprovará ou reprovará os pleiteantes, de modo que teremos os governantes que escolhermos e, portanto, que merecermos. Eis a dura realidade da grande responsabilidade que nos será confiada no pleito que se aproxima!

Pense bem: na próxima eleição daremos mais um passo na construção da nossa Pátria. Seja cidadão, seja responsável, vote de modo decente!

DOM HENRIQUE SOARES DA COSTA (Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aracaju)

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