Sem tesão não há solução: reflexões pedagógicas acerca da relação entre escola e prazer


Caminhando pelas ruas de Curitiba, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná me deparo com um desses grupos alternativos de estudantes vendendo camisetas e adesivos com estampas de frases e imagens críticas ao sistema. Um dos adesivos me chamou muito a atenção, com uma imagem representando o pecado original acompanhava o seguinte dizer: “Sem tesão não há solução”[1]. Comprei o adesivo com o intuito de colar no meu armário individual no colégio em que trabalho. Fui advertido pela coordenadora de que poderia ser perigoso e me sugeriu que não colasse. Obedeci à sugestão. Tesão é perigoso.
            Certamente não me curvo diante de uma ignorância de achar que minha atitude não seria subversiva. Tenho formação acadêmica para isso e também formação moral que me alerta, no entanto, como professor, crítico e filósofo, me cabe o importante papel de colocar certos tabus em pauta.
            Vale ressaltar que no papel de educador eu trabalho com pessoas reais, ou seja, meninos e meninas, de classe baixa e média, hétero e homossexuais, teístas e ateus e que independente de crença religiosa, classe social, sexo biológico ou orientação sexual, sentem tesão. Analisando o filósofo francês Foucault, especificamente no que se refere à instituição escolar e seus mecanismos de poder chamados por ele de ‘dispositivo’ veremos que, historicamente a escola é responsável pela criação de elementos não apenas de educação moral e sexual extremamente conservadora, mas também da repressão do uso da sexualidade e da vigilância da mesma. Quando falo sobre esse assunto, embora passível de engano, falo com um pouco de propriedade, considerando que realizei pesquisas acadêmicas sobre o assunto. Entretanto, em hipótese alguma chego a sugerir um esgotamento das discussões sobre o tema.

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