O evento que encerrou um seminário do curso de Produção Cultural da
Universidade Federal Fluminense (UFF) no campus de Rio das Ostras, em
28/5, foi explorado em todo o seu potencial de escândalo por sites
jornalísticos, blogs da mais variada espécie e, em seguida, pela
imprensa tradicional: a título de realizar uma performance artística em
protesto contra estupros e outras agressões a mulheres na cidade, uma
mulher se expôs num ritual de automutilação e teve, ou simulou ter, a
vagina costurada. As cenas de nudez e exibições com fogo, facões e um
crânio humano levaram a denúncias de orgias e prática de satanismo, numa
interpretação literal do título provocativo do evento: “Xereca
Satânica”.
A principal protagonista da performance é a mesma que, durante a vinda
do papa para a Jornada Mundial da Juventude, no ano passado, participou
da Marcha das Vadias, que cruzou com a multidão de católicos em
Copacabana, e provocou escândalo ao se masturbar com um crucifixo, além
de quebrar imagens de santas.
As cenas caíram na rede e suscitaram polêmica em pelo menos quatro
níveis: sobre o direito à liberdade de expressão, sobre o que é
legitimado como arte, sobre os limites a serem seguidos por eventos
acolhidos em uma instituição pública, e sobre a informação que circula
pela internet, com ou sem a mediação jornalística, a respeito de fatos
produzidos com o deliberado objetivo de chocar o público.
VEJA MAIS EM http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed802_notas_sobre_um_escandalo
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