quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Direitos Humanos - E depois da liberação das armas para os “cidadãos de bem”?

Perguntam como alguém “de bem” pode ser a favor do desarmamento civil e a favor de um exército de libertação?

(Ai, gente. Que preguiça…)

Os que faltaram às aulas de história para ir jogar bola e videogame ou passear no shopping talvez tenham dificuldade de responder a essa pergunta. Então, vamos contextualizar.

Um povo passa um quarto de século lutando contra um exército invasor, que matou mais de 30% de sua população, estuprou milhares de mulheres através de uma política de limpeza étnica, roubou terras e recursos naturais e condenou outros tantos à inanição. E, praticamente sem ajuda de ninguém, vence, tornando-se um país livre. Ao sair, esse invasor e seus parceiros ainda promovem um último banho de sangue. O mundo saúda a conquista da autodeterminação e a história desse povo torna-se um exemplo.

Menos esse pessoal binário que acha que “resistência contra genocídio é bandidagem”, não conseguindo diferenciar uma coisa de outra através da reflexão.

Porque, por mais que sejam absurdas as estatísticas de mortes no Brasil, é um ultraje chama-las de genocídio, comparando ao que Alemanha nazista fez com judeus, os roma e homossexuais, ao que o Khmer Vermelho causou no Camboja, o que a Turquia fez contra os armênios, os hutu sobre tutsis em Ruanda…

Muitos desses colocariam membros da Resistência Francesa na Segunda Guerra no pau-de-arara. Aliás, tenho certeza que se, hipoteticamente, o Brasil fosse invadido por um exército estrangeiro, esse pessoal binário seria o primeiro a se oferecer como colaboracionista.

Certamente, em troca, pediriam que fosse garantida a ordem para que houvesse progresso.
Também não duvido que apontariam as mulheres que “mereceriam” um corretivo por não se portarem ou se vestirem como se espera delas.

A sugerir que minorias que reivindicassem direitos fossem caladas pelo risco que representam aos “homens de bem”.

A exigir que a “religião oficial” fosse respeitada em detrimento a “cultos demoníacos.”

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