Devemos ler Adolf Hitler?

Decisão do Poder Judiciário carioca, no mês passado, proibiu a exposição e venda, naquele Estado, do livro "Mein Kampf" ("Minha Luta"), escrito pelo líder nazista Adolf Hitler. E trouxe à tona questões extremamente complexas, difíceis e necessárias: afinal, podemos ter acesso ao livro? Precisamos? Sob quais condições? Para quê?

Não é preciso lembrar, acompanham a "vida e obra" de Hitler, o extermínio de milhões de seres humanos, como nós, mas por eles, os nazistas, considerados "inferiores": judeus, ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência, eslavos, socialistas, dentre outros.

Não posso falar com detalhes sobre o livro. Não o li. Apenas tive acesso a pequenos trechos merecedores das mais profundas críticas, pelas suas graves inconsistências, e dos maiores lamentos, pelo seu teor absurdamente desumano: a afirmação pseudocientífica da superioridade de uma "raça" humana, em detrimento das outras; a defesa indefensável da "purificação racial", evitando o "rebaixamento", pela mistura; a recusa a "sentimentos humanitários" pelos "inferiores", do mesmo modo que "não há um gato com inclinação favorável a um rato".

Sinceramente, o que está escrito no livro não surpreende tanto. Não foge muito das opiniões rasas e preconceituosas de pessoas com quem temos de conviver. Impressionante, quanta gente, ainda hoje, pensa assim. Só mudam os superiores e os inferiores, o "nós" e o "eles", os indignos de humanidade.  + em UOL

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