As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo afirmaram em seguida ao
resultado da votação na Câmara sacramentar a continuidade do processo de
impeachment contra o mandato de Dilma Rousseff, que não vão aceitar "o
golpe contra a democracia e nossos direitos". Lembrando o massacre de
Eldorado dos Carajás, que em 17 de abril de 1996 vitimou 23 sem-terra e
segue sem que ninguém ainda tenha sido punido, os movimentos dizem que o
dia de hoje "entrará para a história como dia da vergonha". "Vamos
derrotar o golpe nas ruas", completam.
Para as frentes, o impeachment é uma fraude conduzida por "uma Câmara
federal manchada pela corrupção", que quer implicar a presidenta da
República, Dilma Rousseff, contra a qual não há acusação efetiva de
qualquer crime. "As forças econômicas, políticas conservadoras e
reacionárias que alimentaram essa farsa têm o objetivo de liquidar
direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro", afirmam as
entidades.
Os movimentos sociais e centrais sindicais que compõem a frente,
conclamaram os trabalhadores do campo e da cidade, juristas, advogados,
artistas e religiosos "a não saírem das ruas e continuar o combate
contra o golpe através de todas as formas de mobilização dentro e fora
do País".
Segundo as frentes, a mobilização pró-impeachment é organizada por
entidades empresariais, políticos como o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de
corrupção, partidos derrotados nas urnas como o PSDB e forças exteriores
ao Brasil interessadas em pilhar nossas riquezas e privatizar empresas
estatais como a Petrobras e entregar o pré-sal às multinacionais. "E
fazem isso com a ajuda de uma mídia golpista, a Rede Globo, e com a
cobertura de uma operação jurídico-policial voltada para atacar
determinados partidos e lideranças e não outros", afirmam.
Os movimentos farão pressão agora sobre o Senado, instância que
julgará o impeachment da presidente Dilma, sob a condução do ministro
Ricardo Lewandowski, presidente do STF. Primeiro, os senadores vão votar
a aceitação da denúncia, por maioria simples, e depois o impedimento,
que precisa de dois terços dos votos favoráveis.
"A luta continua contra o golpe em defesa da democracia e nossos
direitos arrancados na luta, em nome de um falso combate à corrupção e
de um impeachment sem crime de responsabilidade.
A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo desde já afirmam que
não reconhecerá legitimidade de um pretenso governo Temer, fruto de um
golpe institucional".
Os movimentos preparam mobilizações, com paralisações, atos e
ocupações já nas próximas semanas. E vão realizar uma assembleia
nacional da classe trabalhadora no próximo 1º de maio. "A luta continua.
Não aos retrocessos", concluem. MAIS EM http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/04/movimentos-sociais-e-centrais-sindicais-anunciam-lutas-e-reafirmam-que-nao-reconhecerao-governo-temer-7931.html
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