O que temer no Governo Temer
A literatura permite o uso de um 
trocadilho de qualidade duvidosa. O máximo que isso vai provocar é 
vergonha alheia no leitor. O administrador público não tem essa regalia.
 A decisão de um presidente altera a vida de 200 milhões de brasileiros,
 positiva ou negativamente.
Com tudo isso acontecendo no Brasil eu 
não me pergunto se vai ou não ter golpe. A definição de golpe muda com o
 seu olhar, à esquerda ou à direita. Melhor seria olhar a frente. A 
questão feita olhando adiante é o que cada governo pós-impeachment 
propõe para resolver a crise. As crises! Econômica, política e ética.
Dilma vem arrastando o Brasil há 1 ano e
 meio. As únicas soluções apresentadas foram o aumento de impostos e o 
corte temporário de receitas. A carga tributária que o brasileiro 
carrega torna imoral a cobrança de qualquer novo imposto.  Tirar 
dinheiro de Educação, Ciência e Tecnologia enquanto mantem 39 
ministérios leiloados é condenar um país.
O Vice-Quase-Presidente apresentou seu programa de governo sob a sigla do PMDB e batizado de “uma ponte para o futuro” ainda
 em 2015. Um plano ousado e cheio de medidas tão impopulares que 
levariam coxinhas e petralhas juntos pra rua. Impopulares, mas talvez 
necessárias.
O Temer promete reformar a Previdência, o
 que significa aumentar a idade mínima de aposentadoria, 
independentemente do tempo de contribuição do trabalhador. Ele propõe 
eliminar a obrigatoriedade constitucional do aumento anual no salário de
 aposentados e servidores públicos de acordo com a inflação. Esse 
aumento ocorrerá a depender da situação financeira das contas públicas e
 será avaliado pelo Congresso. O Poder Legislativo dirá se o trabalhador
 receberá aumento salarial.
Privatizações e concessões serão a solução para o que é mal administrado pela gestão pública.
A obrigatoriedade constitucional de 
investir em Saúde, Educação e Segurança Pública será extinta e o 
orçamento do governo será impositivo, o que não acontece atualmente. 
Isso significa dizer que os deputados e senadores receberão o poder de 
dizer ao Presidente em que exatamente ele deve investir o dinheiro 
público. Essas prioridades serão definidas a cada fim de ano.
Os mesmos deputados e senadores que 
durante a votação da Lei Orçamentária preocupam-se apenas com as suas 
emendas, com as moedas de troca usadas para conseguir apoio em seus 
Estados, serão incumbidos de dar direção ao país. Anualmente eles 
avaliarão os resultados de políticas públicas como Fies, Bolsa Família, 
Ciências sem Fronteiras e determinarão a continuidade ou cancelamento 
dos programas.
Pense consigo leitor eleitor e responda 
prontamente: você lembra em quem votou para deputado e senador? acaso já
 buscou acompanhar o trabalho de um deles ou o voto foi dado a pedidos 
de fulano de tal?
Um país que não se sente representado 
pelo Congresso mas reelege pelo menos 50% dele a cada 4 anos é um tanto 
incoerente. Ironicamente o futuro desse país está nas mãos daqueles que 
não nos representam. Caso Michel Temer, também eleito democraticamente, 
assuma a Presidência, esses que não nos representam controlarão de fato a
 administração do dinheiro público.
E agora? Quem irá nos representar? Melhor aprendermos a votar.
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