Vida após a morte? A sombria história dos genes-zumbis!
Há vida após a morte? Essa é uma questão que ronda a existência humana 
desde tempos imemoráveis. Quando o coração e o cérebro de uma pessoa 
param de funcionar, e seus sistemas respiratório e circulatório não 
trabalham, é hora de declarar sua morte. Se o sistema está desligado, 
não há mais vida. Ou há? Em uma das mais arrepiantes histórias da 
ciência, cientistas americanos identificaram centenas de genes que se tornam ativos após a morte.
Durante a vida, muitos dos nossos genes estão sempre ativos (ou 
ligando-se e desligando-se) e coordenam todas as funções das células do 
nosso corpo. Na morte, não se sabe se os genes param de ser expressos 
abruptamente, ou se isso acontece de forma gradual. Tentando desvendar 
esse mistério, pesquisadores investigaram como a expressão de alguns 
genes se comporta, desde a morte até dias após ela. O estudo não foi 
realizado em humanos, mas em duas espécies-modelo com genéticas bem 
conhecidas pela ciência: camundongos e peixes-zebra.
A descoberta é incrível: cinco horas após a morte, muitos genes 
começam a serem transcritos! Após 24 horas, outra bateria de genes 
começa a funcionar. Mudanças no padrão de expressão gênica vão ocorrendo
 até dois dias após a morte em camundongos, e até quatro dias após a 
morte em peixes-zebra. Mas que genes-zumbis são esses?
Os genes encontrados são das mais diversas categorias: regulam 
estresse, imunidade, inflamação, câncer… Outros genes são bastante 
intrigantes, como os que são expressos apenas na fase em que o embrião 
está sendo formado. Esses genes, chamados genes de desenvolvimento, após
 a formação do embrião, nunca mais são expressos. Ou era o que se 
pensava… Eles voltam a funcionar após a morte! Por quê? Ainda não 
sabemos. Mas os pesquisadores acreditam que uma possível explicação 
seria a de que as condições celulares encontradas em cadáveres são 
bastante semelhantes às de embriões (horripilante, não é?).
A pesquisa é promissora, os cientistas consideram que a descoberta de
 que genes responsáveis pela promoção do câncer são ativos após a morte 
pode ajudar na ciência que envolve o transplante de órgãos. Órgãos em 
processo de morte começam a desenvolver câncer, e isso pode explicar o 
porquê de existir alta taxa de câncer em órgãos transplantados. Além 
disso, porque existe um padrão de expressão gênica que vai mudando ao 
passar das horas pós-morte, a biologia forense (ciência que estuda e tenta desvendar crimes) pode utilizar esses 
conhecimentos para desenvolver melhores técnicas para determinar a hora 
da morte de um indivíduo.
Se você é cético, talvez você esteja pensando que isso não acontece 
em humanos. Mas acontece: um estudo realizado em 2013 já mostrou que 
genes que “consertam” partes do coração passam a serem expressos 12 
horas após a morte. 
É superinteressante e talvez um tanto macabro: 
parece que nós podemos descobrir muitas informações sobre a vida, 
estudando a morte!
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