Quando a
Igreja Católica permite que tipos como o padre Júlio Lancelotti, da dita
Pastoral de Rua, atuem livremente, corre o risco de se desmoralizar.
Aliás, corrijo-me: desmoraliza-se, sim, sempre um pouco mais a cada dia,
um pouco por dia, de forma contínua e, se querem saber, inexorável. Não
recupera mais o que perde. O padre voltou à ribalta, ou ao palco,
depois que um casal que o achacava acabou condenado, o que soou a muitos
como uma absolvição do religioso. Ninguém nunca entendeu, ou entendeu,
com quais elementos Lancelotti era chantageado. O certo é que, em sua
infinita generosidade cristã, haveria comprado um carro de luxo para um
ex-interno da Febem, de quem se tornou amigão. A hierarquia fez de conta
que estava tudo bem.
Lancelotti pertence à tal “Pastoral de Rua”, uma herança maldita que a Escatologia
da Libertação deixou para a Igreja. Pastorais as há muitas: de rua, do
índio, disso e daquilo. Só falta criar a Pastoral dos Ateus Militantes. E
minha ironia é menos absurda do que parece. Afinal, existem umas
senhoras que se dizem “Católicas pelo Direito de Decidir”. Defendem a
legalização do aborto. Católico a favor do aborto é, assim, como
republicano a favor da canonização (que está em curso) de Barack Obama…
Ou, se quiserem, como democratas que reconhecem em “Jorjebúxi” um
estadista… Mas volto.
O governo
de São Paulo decidiu dar eficácia à lei que permite a internação de
dependentes químicos que perderam a condição de fazer as próprias
escolhas. E atua cercado de todos os cuidados. Recursos públicos estão
sendo empregados para mobilizar médicos, juízes, Ministério Público e
OAB. Trata-se, já escrevi aqui, de uma situação realmente delicada. A
chance de haver abusos em casos assim é grande. Daí a necessidade de
cuidar das margens de erro.
Muito bem!
O que fez o padre? Foi para a rua, como é de seu costume, quando, do
outro lado, existem iniciativas que não são comandadas pelo PT, um dos
ídolos pouco pios diante do quais ele se ajoelha.
Tenta
pespegar na iniciativa a pecha de “higienismo”, selo que passou a usar
para designar supostas ações de “limpeza social”, que, de fato, nunca
existiram. Qual é a tese do padre? As cidades brasileiras precisam de
assistência social, de especialistas que atendam os drogados nos lugares
onde estão, que acompanhem o seu caso etc. e tal. Lancelotti, pelo
visto, acha que todo drogado de rua tem direito a uma espécie de babá,
que, segundo se entende, tem de respeitar “a sua vontade”, como afirmou
outro padre, também presente ao protesto.
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