No centro, uma frase em caligrafia japonesa, mais conhecida como
Imagem da Luz Divina, com a mensagem “Grandioso Deus da luz, clara e
verdadeira”, remete à origem da religião. À direita, uma foto do
fundador. À esquerda, um arranjo de ikebana. Todos que entram se dirigem
ao altar e fazem três reverências. A primeira, para Deus, criador do
universo. A segunda, para o mundo espiritual, ao qual todos retornarão
quando encerrarem a missão na Terra. E a terceira, para o mundo
material, o visível. Em seguida, três palmas sequenciais. É assim que os
membros da Igreja Messiânica Mundial do Brasil (IMMB) saúdam os três
mundos nos quais a fé está estabelecida: o divino, o espiritual e o
material. A explicação do ritual é simples para o responsável pela
Igreja Brasília, ministro Sandro Nunes. “Quando você visita a casa de
alguém, assim que chega, cumprimenta o dono. É uma questão de costume,
respeito.”
Fundada em 1935, no Japão, por
Meishu-Sama, em português, “Senhor da Luz”, a igreja chegou duas décadas
depois ao Brasil. Aqui, adotou o calendário litúrgico da Igreja
Católica. Assim, na próxima quarta-feira, Dia de Finados, os messiânicos
realizam uma das suas celebrações mais importantes: o culto dos
antepassados. Este ano, para o brasiliense, a data será ainda mais
especial. A oração será conduzida pelo presidente da IMMB, o reverendo
Marco Antonio Baptista Resende, no templo da Entrequadra 315/316 Norte.
“Nesse dia, reconhecemos toda a existência da comprovação do mundo
espiritual. E a gente agradece toda essa combinação que acontece há
milhares de anos até chegar na nossa existência”, justifica Sandro Nunes
a importância da data.
O objetivo dos
messiânicos é a criação de um paraíso terrestre. Para eles, isso só
seria possível com a erradicação das doenças, da pobreza e dos
conflitos. Na capital federal, a igreja completará 50 anos em 2017, tem
18 mil membros e 15 unidades, chamadas de Johrei Centers. Os adeptos são
guiados por três pilares: o bem, a verdade e o belo. O bem consiste na
benfeitoria que o fundador da igreja fez ao apresentar a verdade — Deus —
à população. A verdade é o Deus supremo, criador de tudo e todos. E o
belo é a pureza de sentimentos, pensamentos e uma forma de gratidão —
representado no altar por um arranjo de ikebana.
+ em CB
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