quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

REFLEXÕES E ANOTAÇÕES : Idosos: uma fase do ápice das experiências


A Terceira Idade (Melhor Idade) é um período especial que agrega as experiências da vida adulta de modo mais amadurecido. Mas nessa fase, o organismo não responde aos estímulos como outrora e algumas atividades necessitam de auxílio para serem executadas e a aceitação social diminui.
No imaginário social a velhice sempre foi pensada como uma carga econômica – seja para a família, seja para a  sociedades a subtraírem dos velhos seu papel de pensar seu próprio destino. No entanto, nunca faltaram exceções a tais práticas, o que pode ser exemplificado com o reconhecimento pelas sociedades indígenas da figura do pajé ou xamã ancião ou, nas sociedades ocidentais, dos poderosos, ricos e famosos quando gozam de saúde física, mental e econômica. As exceções, porém, não podem esconder as grandes dificuldades socioeconômicas que os idosos, particularmente os pobres, sofrem nos mais diferentes contextos de vida. Por isso mesmo, a velhice é por eles auto-assumida como ‘problema’, na mesma medida em que sofrem por causa dela e o imaginário social assim a define (ROSA, 2018, s/p).

O idoso e a idosa são testemunhas vivas e, às vezes, oculares dos acontecimentos, fatos e eventos ocorridos ao longo da história e constituem, portanto, uma fonte de aprendizagem para as gerações posteriores.
A Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, lembra que o artigo 4º do Estatuto do Idoso determina que todos são obrigados a prevenir a ameaça ou violação dos direitos do idoso. Aqueles que não cumprirem com esse dever serão responsabilizados, sejam pessoas físicas ou jurídicas, empresas, instituições ou entidades governamentais (BRITO, 2018, s/p).

É preciso vencer preconceitos e barreiras. Idosos são deixados por seus familiares em asilos, pois, são para estes um peso insuportável. Pessoas idosas também não conseguem emprego, pois são vistos como que ‘imprestáveis’, ou como ‘força-morta’.  
Nos últimos anos, diversos estudos têm apontado uma forte associação entre a solidão e a incidência de doenças crônicas em idosos. De fato, pesquisadores da Universidade de Chicago descobriram que o isolamento pode aumentar o risco de morte em 14% nas faixas etárias mais avançadas. [...] Uma outra pesquisa, da Universidade de Brigham Young, publicada na revista especializada Perspectives on Psycological Science, comparou estatísticas de mortalidade e constatou que a solidão é tão prejudicial à saúde quanto fumar 15 cigarros por dia ou ser alcoólico. Recentemente, a revisão de 23 artigos científicos levou pesquisadores da Universidade de York a concluir que a solidão aumenta em 29% o risco de doenças coronarianas e em 32% o de acidentes vasculares (OLIVETO, s/d, s/p).

Idosos andam de pé nos transportes coletivos, pois os mais jovens não cedem seus assentos; os não-idosos reclamam dos assentos preferenciais, do direito de idosos passarem na frente em filas e do direito à vagas exclusivas nos estacionamentos.
Outra problemática gritante é a questão dos idosos que cuidam de idosos.
Nas famílias de hoje, o número de filhos diminuiu e a posição das mulheres, que historicamente assumiram, na divisão sexual do trabalho, a posição de "cuidadoras" das crianças e dos idosos, se modificou. A situação tem reflexos diretos na população idosa, sobretudo na parcela de pessoas que não têm mais autonomia para realizarem tarefas relativas ao próprio cuidado, como a alimentação adequada, e a locomoção segura, por exemplo (JÚNIA, 2011, s/p).

Estudos demonstram que cabe à esposa o papel de cuidadora primária de idosos, na sequência vem a figura da filha (ambas já em idade avançada), ou seja, “pessoas que vivenciam o envelhecimento, ou que já se encontram em plena velhice, assumem a tarefa de cuidar” (DIOGO; CEOLIM; CINTRA, 2005, p.99).

REFERÊNCIAS

BRITO, Débora. Aumento da população de idosos traz desafios no acesso à Justiça. Agência Brasil. EBC. 03/10/2018. Disponível em <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-10/aumento-da-populacao-de-idosos-traz-desafios-no-acesso-justica>. Acesso em 28.11.2018.

DIOGO, Maria José D’Elboux; CEOLIM, Maria Filomena; CINTRA, Fernanda Aparecida. Orientações para idosas que cuidam de idosos no domicílio: relato de experiência. Rev. Esc. Enferm. USP 2005. Disponível em <http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/51.pdf>. Acesso em 27.12.2018.

JÚNIA, Raquel. Quem vai cuidar dos idosos? 03/10/2011. Disponível em <http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/quem-vai-cuidar-dos-idosos>. Acesso em 26.12.2018.

OLIVETO, Paloma. Abandono que adoece. Correio Braziliense. Disponível em < http://especiais.correiobraziliense.com.br/solidao-maltrata-o-corpo-e-a-mente-dos-idosos>. Acesso em 27.11.2018.

ROSA, Gal. Cuidar do idoso em casa adoece quem cuida? Disponível em <https://www.aterceiraidade.net/cuidar-do-idoso-em-casa-adoece-quem-cuida/>. Acesso em 27.12.2018.


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