segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Quem é Elizabeth Warren, chamada de o terror do Vale do Silício e a bruxa de Wall Street

A senadora Elisabeth Warren, que pode ser indicada candidata a presidente pelo Partido Democrata


Depois de anos à frente das salas de aula, Elizabeth Warren agora está à frente da corrida democrata pela vaga para disputar a presidência americana – deixando em alerta Wall Street e o Vale do Silício.

Senadora pelo Estado de Massachusetts, a advogada de 70 anos tem ganhado as manchetes por ser considerada o terror do Vale do Silício pelas empresas de tecnologia e a bruxa de Wall Street pelos profissionais do mercado financeiro.

Uma de suas principais plataformas de campanha é a “quebra” das gigantes do Vale do Silício – uma iniciativa que acertaria em cheio Facebook, Amazon, Apple, Alphabet e outras empresas poderosas da região.

Para limitar ainda mais a força desses conglomerados, Warren tornou pública sua intenção de restaurar o Office of Technology Assessment (OTA) – algo como “Escritório de Avaliação Tecnológica”, em tradução literal.

Criado na década de 1970 para assessorar os congressistas americanos em decisões complexas de temas ligados à ciência e tecnologia, o OTA foi desativado na década de 1990, depois de uma ação orquestrada pelo então Presidente da Câmara, Newt Gingrich.
Sob sua gestão, Warren pretende que o OTA seja composto pelo que a imprensa americana chamou de “exército de nerds”, que nada mais são do que especialistas nas áreas de tecnologia e programação.

A ideia é que o órgão acumule diversas funções, como solucionar dúvidas simples de legisladores, mas também munir os membros do Congresso com informações e argumentos contundentes para audições e debates envolvendo polêmicas, como de questões climáticas e privacidade digital.

Para defender seu plano, a senadora disse, em comunicado oficial, que “até mesmo senadores que têm uma boa compreensão de mídias sociais enfrentam dificuldades para fazer as perguntas certas em discussões complexas, como criptografia de ponta-a-ponta, rastreamento em tempo real e monopólio do Vale do Silício”.

Ainda segundo Warren, “quando o Congresso decidir se deve ou não separar as grandes empresas, nossos representantes não deveriam confiar na equipe do Google para entender os efeitos da consolidação tecnológica”.

Liderança em alerta

Desde que as pesquisas de intenção de voto começaram, em março deste ano, Elisabeth Warren vem ganhando força entre os democratas.

Em setembro, pela primeira vez, a senadora aparece na liderança. Ela tem 27% de apoio, enquanto Joe Biden, vice-presidente durante o governo Obama, conta 25%. Essa diferença de dois pontos está dentro da margem de erro.

Bernie Sanders, que na última eleição disputou a vaga democrata com Hillary Clinton, segue na terceira posição, com 16% das intenções de voto.

A “virada” de Warren tem repercutido mal em Wall Street. De acordo com reportagem publicada pela CNBC, alguns investidores declararam que, se a senadora de Massachusetts ganhar a vaga democrata, as doações para a campanha do Partido Democrata serão congeladas – e ainda há o risco de o dinheiro migrar para a campanha do adversário, Donald Trump.

Sem citar nomes, o artigo da CNBC traz a fala de um investidor que diz que a proposta de Warren de aumentar as taxas e impostos dos mais ricos o afetaria diretamente, e não há, portanto, uma razão para apoiar a candidata.

A senadora, por sua vez, escolheu o Twitter para comentar a reportagem. Na rede social, publicou: “Estou lutando para uma economia e um governo que trabalhe para todos, não apenas para os milionários. Não tenho medo de frases anônimas e doadores poderosos não compram este processo. Não vou me abster de lutar pela grande mudança estrutural que precisamos”.

Além de sobretaxar as grandes fortunas americanas e legislar com “rédeas curtas” as gigantes do Vale do Silício, a senadora é amparada por uma plataforma que inclui a gratuidade do ensino superior em alguns casos, a liberação do aborto, a proibição das armas de fogo, o acesso popular à rede de saúde, a legislação do agronegócio e pautas favoráveis às questões climáticas.

Mas de todas as propostas, a que mais preocupa Wall Street é a que torna grandes fundos de investimento responsáveis pelas dívidas e pensões das empresas que comprarem. Iniciativa que vai totalmente contra a política de Trump, em vigor, que promove corte dos impostos e suaviza as regulamentações.

Na esperança de manter sua campanha isenta, Warren prometeu não aceitar as doações de certos grupos com especial interesse político. No segundo trimestre deste ano, a senadora contava com US$ 19 milhões arrecadados com pequenos doadores independentes.  


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