SÍLVIA, UMA VITORIOSA

Sílvia de Oliveira foi muitas mulheres: Secretária de Turismo de Canindé, a guia,a jornalista, a empreendedora, a esposa, mãe da filha Vitória,10 anos; mãe da própria mãe,Bia; Mãe do irmão e dos sobrinhos. Mas a Sílvia que quero dividir com vocês era a guerreira sorridente dos churrascos familiares, que nunca, nunca, se queixou de dores, do destino ou de Deus. Ela sabia que seu caso era grave, mas, em vez de lamúrias, fazia planos como se imortal fosse. E meu irmão, Silva Júnior, esposo dela, resumia o caso assim: "É gravíssimo. É gravíssimo".

Por ser tão grave e nós morarmos mais ao centro de Aracaju, ela passou sua última semana de vida aqui em casa com Júnior, minha mãe e eu. Era de cortar o coração ouvir sua tosse e falta de ar uma noite inteira. Duas, três madrugadas. Já tinha dificuldade em falar, logo Sílvia que adorava falar e falar sobre planos, projetos, qualquer coisa. Até que na quinta à tarde meu irmão decidiu levá-la ao médico mais uma vez. Ela tomou banho calmamente, vestiu um "longuinho" como gostava e sentou no sofá, esperando. Sua imagem era a do cansaço extremo e de uma mulher frágil. Pela primeira vez vi Sílvia debilitada, de forma aparente. Era o quase fim de uma luta de mais de 6 anos.Nos deixou cedinho, na manhã seguinte.


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