Do
Jornal Correio de Sergipe
Por
Arícia Menezes
Dafnne
Victoriah do Nascimento cresceu sentindo-se cada vez mais feminina. Sentia
atração por rapazes e desde os seis anos de idade tinha certeza de que tinha a
alma feminina. A única coisa que a diferencia do restante das mulheres é que
Dafnne nasceu com um órgão sexual masculino.
No
começo ela, que em hipótese alguma quer ser chamada como se fosse menino,
acreditava ser homossexual, apenas, em 2005, com o amadurecimento, ela percebeu
que era mais do que isso, que era transexual e gostaria de não ser mais
lembrada como do sexo masculino. O maior sonho de Dafnne é conseguir realizar a
cirurgia para mudar de sexo e modificar seu
nome perante a lei. No entanto, a cirurgia só é feita no Rio de Janeiro e custa
em média R$ 100 mil. Como ela não tem condições de pagar o tratamento, está
fazendo pelo SUS, mas alega que o Sistema Único de Saúde não quer cobrir os
custos do tratamento fora do Estado, que
deve ser feito todo mês no Rio de Janeiro.
Enquanto
não
consegue conquistar a cirurgia, Dafnne ficaria muito feliz se
conseguisse
mudar de nome e se tornar, para todos, uma mulher. “Não gosto de ouvir
meu nome de registro”, alega. Para ela a mudança de nome e
posteriormente de
sexo seria uma nova vida. “Quero minha dignidade de volta, roubada
durante anos
de humilhações e limitações”, desabafa. Além de mudar definitivamente de
nome e
de sexo, Dafnne quer ter uma família. Hoje ela está em um relacionamento
com
alguém que a aceita e luta com ela enquanto aguardam a cirurgia, que
deverá ser
realizada em quatro anos. “Queremos casar e ter filhos”, diz
animadamente.
Nome
O
defensor público do núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e Promoção da Inclusão Social de Sergipe, Miguel Cerqueira,
afirmou que os pedidos para mudança de
nome têm aumentado. Hoje existe a Lei de Registro Civil Público de número
6015/1973 que protege esses tipos de solicitações. Através do argumento de que a pessoa é exposta
ao ridículo por causa do nome, as ações são sentenciadas por um juiz. Mesmo
sendo lei, o pedido pode não ser aprovado. A mudança de nome e de sexo nos
documentos prevê o que está escrito na Constituição Federal, segundo o defensor
Miguel. “O objetivo é garantir o que está na constituição e assim coibir a
violência. Não precisa de penalidade, tendo em vista a garantia da dignidade
haverá a prevenção de todas as formas de violências”, enfatiza.
A
coordenadora do Centro de Referência de Combate a Homofobia de Sergipe, Cláudia
Amélia Silveira Andrade, relatou que existe apenas um pedido de mudança de nome
que foi aceito em Sergipe, um foi negado e existem oito em processo.
A coordenadora explica que a troca de nome não está diretamente ligada à cirurgia para mudança de sexo. “Tem gente que quer apenas mudar o nome, mas quer continuar com seus órgãos genitais”. Cláudia acredita que a mudança faz parte dos direitos já conquistados pelo grupo GLBTS- Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Simpatizantes. “É um direito a ser respeitado. A alteração de nome garante que seus valores também sejam respeitados”, pontuou.
FONTE: http://dv.amanhecernosertao.com/2014/10/transexual-canindeense-sonha-com.html
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