domingo, 3 de março de 2013

Bebê é curado do vírus da Aids nos Estados Unidos


Médicos anunciaram neste domingo que, pela primeira vez, um bebê teria sido curado de HIV, uma evolução surpreendente que pode levar a um tratamento mais agressivo de bebês infectados no nascimento e uma forte redução no número de crianças que vivem com o vírus. A criança, nascida na zona rural do Mississippi, foi tratada com medicamentos antirretrovirais cerca de 30 horas após seu nascimento, algo que normalmente não é feito. Se o estudo mostrar que o método funciona em outros bebês, é praticamente certo que se modifique a forma como os recém-nascidos de mães infectadas são tratados em todo o mundo.

Segundo a equipe médica, é o primeiro caso documentado de “cura funcional” de uma criança infectada pelo HIV - quando a presença do vírus é tão mínima que ele se mantém indetectável pelos testes clínicos padrões. A criança tem hoje 2 anos e meio e não toma o medicamento há cerca de um ano, sem sinais de infecção. Para a virologista Deborah Persaud, coordenadora da pesquisa, a rápida administração do tratamento provavelmente levou a criança à cura porque deteve a formação de reservatórios difíceis de serem tratados - células inativas responsáveis por reiniciar a infecção na maioria dos pacientes, semanas depois da interrupção do tratamento.

- Esta é uma prova do conceito de que o HIV pode ser potencialmente curável em recém-nascidos - disse Deborah Persaud, professora do Centro da Criança Johns Hopkins, e principal autora do relatório sobre o bebê. - É a prova inicial de que podemos curar o HIV, se pudermos replicar o caso.

É o segundo caso bem sucedido no mundo, dando um impulso à investigação destinada à cura, algo que poucos anos atrás pensava-se ser praticamente impossível. A primeira pessoa curada foi Timothy Brown, conhecido como o “paciente de Berlim”, um homem de meia idade com leucemia que recebeu um transplante de medula óssea de um doador geneticamente resistente à infecção do HIV.

- Para pediatras, este é o nosso Timothy Brown - afirmou Deborah.

Os dois casos, no entanto, são diferentes. A infecção de Brown foi completamente erradicada através de um tratamento elaborado para a leucemia em 2007, que envolveu a destruição de seu sistema imunológico, e graças à célula-tronco transplantada de um doador com uma mutação genética rara resistente à infecção pelo HIV. No caso do bebê do Mississipi, em vez de um tratamento dispendioso como o do paciente de Berlim, o procedimento envolveu a utilização de uma mistura de medicamentos amplamente disponíveis e já utilizadas para tratar o vírus.

A primeira vez que Deborah Persaud e outros pesquisadores falaram sobre o assunto foi na segunda-feira, durante uma conferência sobre o retrovírus e infecções oportunistas, que aconteceu em Atlanta. Alguns especialistas, que ainda não sabem de todos os detalhes, disseram que precisam ser convencidos de que o bebê realmente foi infectado no nascimento. Se não, este seria um caso de prevenção, algo já feito para os bebês nascidos de mães infectadas.

- A única incerteza é a prova definitiva de que a criança estava de fato infectada - disse o médico Daniel R. Kuritzkes, chefe de doenças infecciosas do Hospital Brigham e do Women’s Hospital.

Deborah Persaud e alguns outros cientistas afirmaram que estão certos que o bebê, cujo nome e sexo não foram divulgados, foi infectado. Foram cinco testes positivos no primeiro mês de vida - quatro para RNA viral e um para o DNA. E uma vez que o tratamento foi iniciado, os níveis de vírus no sangue do bebê diminuíram em relação ao padrão característico de pacientes infectados.

A ONU estima que 330 mil bebês tenham sido infectados em 2011, os dados mais recentes que existem, e que mais de três milhões de crianças no mundo estão vivendo com HIV.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/bebe-curado-do-virus-da-aids-nos-estados-unidos-7731185.html#ixzz2MWtBB0SB

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