As escaramuças entre a Rede Globo e a TV Record produziram um acontecimento, no mínimo, inusitado: uma baixaria em que os dois lados, no afã de jogar a sujeira do outro no ventilador, têm rompantes de sinceridade.
Por Fernando Borgonovi, no site da UJS
Nos veículos das Organizações Globo, seguidos por outros como a Folha de S.Paulo, espoucaram manchetes nos últimos dias sobre processos contra o bispo Edir Macedo, dono da Record, e sobre a ligação desta com a Igreja Universal e prováveis vinculação do dinheiro dos fiéis com o império de comunicação.
O Jornal Nacional desta quarta-feira emendou de primeira. Nas palavras de Fátima Bernardes, "Edir Macedo deu outro destino ao dinheiro doado à Igreja Universal", ao que segue a matéria que busca provar, através de imagens da pregação feita em cultos, que a "religião é apenas um pretexto para arrecadação de dinheiro". De fato, é difícil não considerar a hipótese de haver ligação entre uma coisa e outra e, mais ainda, desconhecer que igrejas podem, eventualmente, fazer o diabo para arrancar dinheiro dos seguidores.
A Record contra-ataca e descasca a Globo
Mas o cúmulo da verdade veio no contragolpe da Record. O jornal desta manhã de quinta foi, sem rodeios, na jugular. Falou que a Globo é cria da ditadura militar, regime que apoiou entusiasticamente. "A história não apaga. A Globo nasceu de uma ação ilícita de um governo ditatorial", em referência a acordo com grupo norte-americano que injetou milhões de dólares na televisão, mesmo sendo ilegal a participação estrangeira em veículos de comunicação.
Discorreu ainda sobre as interferências da emissora dos Marinho na política nacional, como no escândalo Globo/Proconsult contra a candidatura de Leonel Brizola a governador do Rio de Janeiro, em 1982; a célebre edição do debate entre Collor e Lula nas eleições de 1989, lance decisivo para a vitória collorida; o boicote à cobertura das Diretas, as imagens do dinheiro do tal dossiê nas eleições de 2006....
Foi tudo, digamos, fantástico, espetacular, irretocável! Nunca houve caso de tamanha transparência, de tal sinceridade.
Racha empresarial
O "dedo no olho" público entre as duas emissoras de maior audiência do país é o retrato da divisão dos empresários da área, fratura que é vista também nas posições relativas à Conferência Nacional de Comunicação convocada pelo governo.
A disputa por maiores fatias do mercado tem provocado tais contradições, que devem ser exploradas habilmente por movimentos que lutam pela democratização dos meios de comunicação.
De imediato, uma coisa salta aos olhos: pelo menos na hora de falar mal, os dois lados acabam desintocando as verdades. Ótimo negócio para o respeitável público.
* Fernando Borgonovi é jornalista e diretor de comunicação da UJS (União da Juventude Socialista)
O Jornal Nacional desta quarta-feira emendou de primeira. Nas palavras de Fátima Bernardes, "Edir Macedo deu outro destino ao dinheiro doado à Igreja Universal", ao que segue a matéria que busca provar, através de imagens da pregação feita em cultos, que a "religião é apenas um pretexto para arrecadação de dinheiro". De fato, é difícil não considerar a hipótese de haver ligação entre uma coisa e outra e, mais ainda, desconhecer que igrejas podem, eventualmente, fazer o diabo para arrancar dinheiro dos seguidores.
A Record contra-ataca e descasca a Globo
Mas o cúmulo da verdade veio no contragolpe da Record. O jornal desta manhã de quinta foi, sem rodeios, na jugular. Falou que a Globo é cria da ditadura militar, regime que apoiou entusiasticamente. "A história não apaga. A Globo nasceu de uma ação ilícita de um governo ditatorial", em referência a acordo com grupo norte-americano que injetou milhões de dólares na televisão, mesmo sendo ilegal a participação estrangeira em veículos de comunicação.
Discorreu ainda sobre as interferências da emissora dos Marinho na política nacional, como no escândalo Globo/Proconsult contra a candidatura de Leonel Brizola a governador do Rio de Janeiro, em 1982; a célebre edição do debate entre Collor e Lula nas eleições de 1989, lance decisivo para a vitória collorida; o boicote à cobertura das Diretas, as imagens do dinheiro do tal dossiê nas eleições de 2006....
Foi tudo, digamos, fantástico, espetacular, irretocável! Nunca houve caso de tamanha transparência, de tal sinceridade.
Racha empresarial
O "dedo no olho" público entre as duas emissoras de maior audiência do país é o retrato da divisão dos empresários da área, fratura que é vista também nas posições relativas à Conferência Nacional de Comunicação convocada pelo governo.
A disputa por maiores fatias do mercado tem provocado tais contradições, que devem ser exploradas habilmente por movimentos que lutam pela democratização dos meios de comunicação.
De imediato, uma coisa salta aos olhos: pelo menos na hora de falar mal, os dois lados acabam desintocando as verdades. Ótimo negócio para o respeitável público.
* Fernando Borgonovi é jornalista e diretor de comunicação da UJS (União da Juventude Socialista)
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