Aracaju (31 out) - Diante da entrevista com o promotor do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, Eduardo Matos, concedida ao telejornal SETV 1ª edição, da TV Sergipe, na segunda-feira, 31, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) presta alguns esclarecimentos. A empresa estatal foi apontada como responsável pela contaminação da água do canal que mantém no município de Canindé de São Francisco. Canal este, frise-se, destinado à irrigação do perímetro Califórnia, projeto que a Cohidro administra naquele município há 28 anos e atende a aproximadamente 333 famílias de agricultores.
A Cohidro informa que, durante quase três décadas, ocupações indevidas ocorreram no entorno do canal em um trecho de aproximadamente 1,7 km. Hoje, são contabilizadas cerca de 300 construções irregulares, inclusive de órgãos públicos. Desta maneira o canal, projetado e construído única e exclusivamente para levar água ao homem do campo e irrigar suas plantações, hoje é utilizado pela população que vive no local de maneira incorreta e irresponsável. A água contaminada, apontada pela promotoria, é conseqüência do uso irregular e indevido ao longo dos anos, desviando o canal de seu objetivo principal: o de irrigar as lavouras dos agricultores familiares.
Cientes do problema, a Cohidro, por meio do presidente Mardoqueu Bodano, de seu departamento jurídico e de irrigação, e da gerência do perímetro Califórnia, e o Município de Canindé de São Francisco, representado pelo procurador Marcos Vinícius Santa Rita e pelo secretário de Obras, Alberto Jorge Franco Vieira, participaram de audiência pública no último dia 23 de setembro de 2011 na Promotoria de Justiça de Canindé de São Francisco.
Na audiência, conduzida pela promotora Maria Rita Machado Figueirêdo, ficou definido que o Município se responsabilizaria por realizar um estudo topográfico no local com um cadastro físico dos imóveis vinculados ao canal. Esses dados são necessários para esclarecimento da atual situação e devem constar a localização exata dos imóveis com a distância destes até o canal, a qualificação completa dos ocupantes com a documentação, caso exista, relativa aos imóveis. O prazo dado ao Município para este levantamento foi de 90 dias, a começar pelo dia 1º de outubro. Uma nova audiência foi marcada para 19 de janeiro de 2012, onde serão apresentados esses dados e tomadas as decisões para solucionar o problema.
A Cohidro ressalta que o canal foi construído apenas para a irrigação e não para o consumo humano, mas diante dos problemas apresentados, não medirá esforços para buscar soluções. Quanto às declarações do promotor Eduardo Matos, a empresa informa não ter recebido, até o momento, o relatório citado na entrevista. A Cohidro destaca o papel do Ministério Público Estadual no trabalho realizado para sanar o problema e acredita que, somando forças com os demais órgãos envolvidos, chegará à melhor saída para esta dificuldade.
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