sábado, 12 de novembro de 2011

Hemangioma

Um hemangioma é um crescimento, geralmente benigno, dos tecidos dos vasos sanguíneos.
Os hemangiomas são bastante comuns na pele, mas podem aparecer em vários órgãos, como o fígado, o baço, o pâncreas e até mesmo na boca. É um tumor benigno, porem mal delimitado.
Ao ferir-se um hemangioma, é natural que haja sangramento exacerbado. É recomendável, nestes casos, realizar uma compressão sobre o local e procurar ajuda médica imediata.


Classificação

  • Arteriovenoso
  • Capilar
  • Cavernoso
  • Juvenil (ou Infantil)  
  


Dra Heloisa G. A. Campos

Que são Hemangiomas?
A palavra hemangioma deriva do Latin hemangio que significa vaso sanguíneo e oma que significa tumor com atividade de divisão celular ativa. São os tumores benignos mais frequentes da infância e, por não serem malignos, não sofrem transformação para câncer.
São marcas de nascimento que não desaparecem nos primeiros meses de vida. Pelo contrário, os Hemangiomas proliferativos sofrem progressão até o bebê completar um ano de idade. A regressão espontânea é muito lenta, isto é, a partir do segundo ano, com resolução ao final da primeira década de vida.
Quem tem Hemangioma?
Qualquer recém-nascido pode desenvolver um hemangioma. Em geral, é um fato isolado na família. A maior parte das lesões é observada nas primeiras duas semanas de vida e ocorre três vezes mais nas meninas. A prematuridade também aumenta o risco de um bebê desenvolver Hemangioma.
Onde surgem os hemangiomas?
Hemangiomas são mais observados na pele da face e pescoço ou no couro cabeludo, ou seja, no segmento cefálico.
Contudo, podem afetar a pele em outros segmentos corporais ou em alguns órgãos internos, como o fígado. Podem ser únicos, múltiplos, cutâneos, associados ou não com lesões viscerais.
A presença de múltiplas pequenas lesões cutâneas pode indicar uma outra volumosa lesão visceral. Qualquer criança com mais de um hemangioma de pele deve ser avaliada com ultrassom de abdome.
Por que os Hemangiomas se formam?
As razões ou fatores causadores de um hemangioma são desconhecidos.
Como os médicos estão tratando os hemangiomas?
Até uma época bem recente, a maior parte dos pacientes portadores de hemangiomas era apenas observada. Tal postura foi adotada desde os meados do século passado, quando foi divulgada no meio médico, que ainda desconhecia alternativas de tratamento, a constatação da regressão natural.
Como repercussão de uma conduta adotada há tantos anos, ainda hoje, os médicos são treinados para fazer com que os pais aguardem pacientemente e protelem a cirurgia reparadora que deixa uma cicatriz definitiva.
De fato, a involução faz parte da história natural dos Hemangiomas Fragiformes e Tuberosos, uma vez que cerca de 50% destas lesões estão em regressão aos três anos de idade. Porém, algumas são persistentes e melhoram mais tardiamente, com resolução em torno dos 10 a 12 anos de idade, mas deixam resquício fibrogorduroso exuberante e cicatriz que requerem correção.
Felizmente, com o desenvolvimento de medicamentos e técnicas como o Dye Laser, as equipes especializadas no tratamento de hemangiomas reconhecem os benefícios da intervenção precoce ainda no período pós-natal imediato. Já não há mais sentido em deixar um hemangioma progredir, provocar transtornos, causar complicações e deixar deformidades e sequelas permanentes.
Quais são as complicações que os hemangiomas podem causar?
As complicações causadas pelos hemangiomas podem ser separadas em duas categorias que exigem tratamento. A indicação absoluta de tratamento inclui obstrução de visão, de vias aéreas e de canal auditivo, lesão volumosa de partes moles ou viscerais associada à alteração da função cardíaca ou da coagulação sanguínea. Outras indicações de tratamento são relativas, como ulceração, sangramento, dor e risco de deformidade permanente.
Todos os pacientes devem ser avaliados por uma equipe especializada, para que a programação do tratamento possa evitar qualquer risco de convivência com uma lesão deformante ou de instalação de sequelas permanentes.
Como é a evolução de uma criança que tem hemangioma?
Os Hemangiomas Fragiformes e Tuberosos não são congênitos. O início do desenvolvimento dessas lesões ocorre com o surgimento de pequenas manchas ou pontos vermelhos na pele até a segunda semana de vida. Algumas famílias relatam a observação do sinal precursor já ao nascimento.
A evolução natural ocorre em 4 ciclos: progressão dos 0-4 meses, com pausa entre 4-6 meses, seguida de uma segunda fase de progressão, 6 meses a 1 ano ou um pouco mais. Entre os 12 e os 18 meses de idade, algumas áreas começam a clarear, prenunciando a fase de involução, algumas vezes rápida, outras vezes mais lenta. As lesões que mostram uma rápida regressão inicial mantêm o ritmo e alcançam a resolução até os 5 anos. Os de involução mais lenta podem demorar para alcançar a resolução, seguindo a regra de 50% de melhora aos 5 anos, 70% aos 7 e 90% aos 9 anos. Quanto mais lenta a regressão, maior o risco de danos à pele, cuja área afetada com limites irregulares exibe alterações, a saber, cicatrizes, hipotrofia, estrias, rugas, falta de elasticidade.
O que fazer quando o meu filho tem hemangioma?
Infelizmente, não é possível prever o ritmo de progressão e de regressão ou a possibilidade de complicação de um hemangioma. Portanto, o acompanhamento com uma equipe especializada é fundamental para estabelecer a melhor programação de tratamento.

Dra. Heloisa G. A. Campos
Cirurgiã Pediátrica - Especialista no tratamento de Hemangiomas e Linfangiomas
Titular do Departamento de Cirurgia Reparadora - Hospital A. C. Camargo - São Paulo


+ informações em http://www.abraphel.org.br

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