quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Por meio de redes sociais, estudantes preparam protestos contra ao Enem

Menos de um mês após as marchas contra a corrupção em todo o país, a polêmica voltou a tomar conta das redes sociais. Indignados com o terceiro ano consecutivo de falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes brasileiros programam manifestações para os próximos dias e pedem a saída do ministro da Educação, Fernando Haddad.

O evento, intitulado Vexame Nacional do Ensino Médio, já ocorreu duas vezes no Ceará e está previsto para ser realizado ainda em: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Alagoas, Salvador, Recife e Porto Alegre. Entre as reivindicações dos grupos está a reformulação da prova. Os mais radicais exigem o fim do Enem e a volta do vestibular nas universidades. Um dos mais populares, o protesto carioca conta com mais de 7 mil adesões na página do Facebook.

“Cancelar a prova ou as questões de nada adiantaria. Sempre vão ocorrer esses vazamentos. O Enem precisa voltar a ser apenas o método de medir a qualidade do ensino médio, como era antes. Esse exame não tem condições de ser a principal porta de entrada das universidades”, argumenta Raphael Noronha, um dos organizadores cariocas do movimento. Estudante da rede pública em São Paulo, Paulo Silas está à frente da organização do protesto na cidade e defende o cancelamento da prova deste ano para garantir a isonomia dos candidatos.

Credibilidade
Na última segunda-feira, durante o programa Roda Vida, da TV Cultura, Haddad rechaçou a ideia que o Enem seja impopular entre os jovens. “Eu não sinto, sinceramente, que a juventude não compreenda a importância do Enem.”

Porém, para os estudantes, a impressão é de que a prova perdeu a credibilidade por conta das falhas. “Antes mesmo do vazamento no Ceará, já queríamos organizar uma passeata contra o 

Enem. Todo ano tem algum problema. As recentes notícias deram mais força ao movimento”, conta a carioca Natasha Radsack, 18 anos. O Enem também se transformou em um pesadelo para a mineira Londra Reggiani. Mãe de uma estudante de 17 anos, ela disse que vai com a filha participar da passeata Vexame Nacional do Ensino Médio em Belo Horizonte, no próximo 11. “Somos do interior de Minas. Minha filha saiu de casa aos 14 anos para tentar ter uma vida melhor estudando. É revoltante que todos os anos tenhamos que lidar com falhas”, disse.



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