quinta-feira, 12 de julho de 2012

Trechos de entrevistas com Padre Quevedo em vários jornais e revistas


Aos 7 anos de idade, depois de viver um exílio forçado em seu próprio país por causa do fuzilamento do pai pela Frente Popular Espanhola-regime político de republicanos e comunistas, que substituiu a monarquia-, o menino Oscar G. Quevedo se tornou ávido leitor de livros espíritas. O trauma provocado pela morte do pai, Manoel Gonzáles Quevedo, um deputado tradicionalista de Madri, ligado à corte do rei Alfonso XIII, transformara o garoto em uma criança extremamente supersticiosa. Morando clandestinamente em Gibraltar com um tio (irmão da mãe) que acreditava no espiritismo, foi orientado a buscar naquela literatura, as razões da superstição adquirida.A partir dali acabou descobrindo a vocação religiosa quando estudava humanidades na Universidade de Salamanca, no norte da Espanha. A seguir, se formou em filosofia e psicologia na Universidade de Santander e decidiu ir para um seminário jesuíta. Aprofundou, então, seus estudos sobre o "Além", particularmente sobre mágica e ilusionismo. O então reitor da faculdade de Filosofia, padre Vicente Gonzales, conhecendo o interesse de Oscar Quevedo pelo ocultismo, recomendou que ele viesse para o Brasil, campo fértil para pesquisadores do sobrenatural. Foi ordenado padre em 1961, em um seminário de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Fundou, a seguir, o Centro Latino Americano de Parapsicologia (CLAP), em São Paulo, que dirige até hoje-onde passa os dias, pesquisando na biblioteca com mais de 10.000 volumes que reuniu sobre paranormalidade. Somente sai dali quando se desloca qualquer ponto do país para ministrar cursos sobre parapsicologia, tema em que é hoje um dos maiores especialistas do mundo. Para tanto, lê, fala e escreve fluentemente outros quatro idiomas (latim, grego, hebraico e português) além de sua língua pátria, o espanhol. (Léo Alves)


1 - Que avaliação a cúpula da Igreja Católica faz do seu trabalho? - No começo, há quarenta anos, quando cheguei ao Brasil, surgiram dificuldades, mal entendidos, sofri pressões por uns oito anos, mas depois, pouco a pouco, a verdade foi sendo aceita e, hoje, todos os jesuítas me apóiam, e também os bispos. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)mandou que eu fizeste, anualmente, cursos de parapsicologia para sacerdotes e agentes de pastoral. Então, tenho apoio irrestrito da igreja.
2 - O senhor acredita em vida extra-terrestre? - Tem que existir. Mas isto é uma dedução filosófica. Penso, entretanto, que se existe uma raça humana, tanto material quanto espiritual, seria um absurdo Deus ter criado no planeta Terra tanta variedade, tantas espécies, e fora daqui, existirem outros milhões de planetas sem vida. Pensar que só está habitada esta partícula de pó, que é a Terra, é filosoficamente inadmissível.. Agora, que se comuniquem conosco pelos chamados óvnis (objetos voadores não identificados) nunca alguém demonstrou algum caso concreto de que tenhamos sido visitados por alienígenas e suas naves.
3 - O movimento carismático é visto como uma fórmula que a Igreja Católica encontrou para tentar combater o crescimento das igrejas evangélicas. Procede? - O movimento carismático não foi arquitetado pela igreja para combater o pentecostalismo. Os carismáticos foram organizados na América (Estados Unidos) e, por conseqüência, foram se espalhando pelo mundo.
4 - A Igreja Católica está preocupada com o crescimento das religiões evangélicas? - Está. Os que não se preocupam deveriam se preocupar, porque existem hoje 11.000 religiões no mundo. Isto é de doer o coração de Cristo que queria que fôssemos um só rebanho e um só pastor. Os que dispersam o rebanho não são os pastores que Cristo queria.
5 - A Teologia da Libertação é um movimento necessário na Igreja Católica? -  Necessário ou não é um movimento dentre as centenas de movimentos que há dento da Igreja. Acho que é um chamado de alerta muito interessante, porque havia certos descuidos, certos desvios pastorais. Cristo, quando estava no deserto, havia feito opção preferencial pelos pobres e houve um momento em que a Igreja Católica na América Latina se desviou daquele ensinamento de Cristo.
6 - O guru goiano Carlos Pacini dizia curar pessoas com um abraço energético. O senhor acredita nessa possibilidade? -  É absolutamente um truque ou sugestão. Se os doentes recebessem, como vasos comunicantes, energias, e os curandeiros transmitissem energias, imagine o que aconteceria com os médicos e enfermeiras que estão sempre ao lado de pessoas debilitadas? Se um curandeiro transmitisse energia como vaso comunicante, depois do terceiro ou quarto paciente que atendesse, ele ficaria exaurido. Não existe isso. É verdade que já se acreditou em magnetismo animal, em jorei, a partir do mesmerismo, que é hipnotismo.Isso tudo teve vários nomes no começo das pesquisas. Mas foi muito bem estudado e se concluiu que é uma farsa.Parapsicologicamente, algumas vezes é possível uma pessoa desprender energia, além do calor, mas é uma energia somática, a telergia, que se transforma e se exterioriza em forma de som, de fogo, de aura. Mas a telergia só age espontaneamente, nunca com hora marcada, e somente sobre objetos e animais pequenos. Nunca sobre animais grandes ou sobre o homem. Isto já está provado cientificamente. O que Pacini diz fazer é puro charlatanismo. A parapsicologia internacional está disposta a dar 10.000 dólares a cada um dos curandeiros- podem se reunir todos - se eles forem capazes de emitir energia e curar uma cárie dentária...
7 - Por que o senhor aceitou participar do programa "Fantástico", da Rede Globo? -  Mesmo que eu, dentro das minhas poucas possibilidades financeiras, tivesse de pagar, aceitaria porque interessa ao meu trabalho, que é o de esclarecer, tirar superstições, confirmar verdades. O Brasil é o País mais supersticioso do mundo, lamentavelmente. Aqui, qualquer bobagem é considerada um milagre. E se disseminam religiões sem fundamento como em nenhum outro lugar. Até os cristãos católicos têm superstições. Esclarecer essas coisas é o meu trabalho e para isto fui chamado ao Brasil há quarenta anos. Então, não poderia perder uma possibilidade de estar numa mídia tão grande quanto a do Fantástico- embora não se possa explicar grande coisa no espaço de tempo que tenho. Mas é uma sementinha que vai ser plantada em milhões de pessoas, o que conta muito para meu apostolado.
8 - O senhor acredita que a ciência e a religiosidade acabarão se encontrando como admitem alguns dos maiores expoentes da psicologia transpessoal? -  Sem sombra de dúvida. A Psicologia transpessoal, a psicologia profunda de Viena também são reconhecidas pela Igreja Católica. A última encíclica do Papa João Paulo II, resumindo o pensamento universal, tanto da ciência quanto da religião, entendeu que não há incompatibilidade nenhuma entre a verdade religiosa e a verdade científica. Se a ciência só estuda a matéria, problema da ciência por esse desvio. Mas deveria observar todos os fatos inerentes ao mundo. A verdade religiosa e a verdade científica estão estudando temas diferentes, mas naquilo em que há coincidência, estamos estudando os mesmos fenômenos. A religião estuda o milagre como confirmação de uma doutrina, a ciência estuda o milagre como um fato observado no mundo. Por isto, com razão, ciência e fé podem e devem colaborar entre si.
9 - Se o homem é um Cristo potencial, ele pode, então, chegar à estatura de Jesus Cristo aqui na Terra? -  Já ouvi muitos disparates na minha vida, discutindo com setores espiritualistas, mas esse é um dos maiores. Por muito que o homem se desenvolva, nunca chegará à estatura de Cristo. Aos fanáticos que se intitulam como o novo Cristo, capazes de realizar os milagres que Ele fez para provar que era Deus, eu digo: Revitalizem os mortos, curem leprosos à distância. É pura fantasia o homem achar que pode um dia chegar à estatura de Cristo.
10 - Chico Xavier é uma fraude? -  Pode ter fraudado alguma vez. A revista Manchete descobriu que ele escondia embaixo da mesa em que trabalhava uma bolsa de borracha que, quando apertava, soltava, pela sua manga, um cheiro de santidade. Se comprovou também outras fraudes nas chamadas materializações. Ele não contribuiu diretamente para isto porque estava em transe. Apesar de tudo, considero Chico Xavier um homem bom, um homem sincero. A psicografia, isto sim, nada tem a ver com o Além. É um transe. O próprio sobrinho de Chico Xavier, Amaury Pena, disse que foi treinado pelo tio para psicografar, porque estava sendo preparado para ser seu substituto. Infelizmente, ele morreu em um acidente de carro.Psicografar é uma escrita inconsciente, automática. Se Chico Xavier fosse um pouco mais culto nunca diria que psicografa, principalmente por Emmanuel, senador romano dos tempos de Cristo. Naquela época nenhum senador romano poderia se chamar Emmanuel, um nome católico-cristão, que significa "Deus-conosco". Além disso, se Chico Xavier psicografa um senador romano dos tempos de Cristo, então ele escreveria em Latim. Eu comprovei pessoalmente, várias vezes, que Chico Xavier não entende uma palavra em latim, não escreve em latim.
11 - O senhor nega a comunicação dos mortos com os vivos, entretanto, como explicar a transfiguração do Tabor (em Israel) quando Jesus foi envolvido por uma nuvem e nela apareceram Elias e Moisés? Não foi uma evidência de que os mortos aparecem? -  Não. Moisés é um símbolo da Lei e Elias é um símbolo dos profetas. Cristo, ao transfigurar-se, num magnífico Milagre, simbolizou o despertar dos apóstolos que estavam como que dormindo.Foi quando São Pedro disse: "Façamos três tabernáculo e comentem o Evangelho". Isto aconteceu porque os apóstolos naquele momento, estavam completamente em transe, sem saber o que diziam- e a aparição de cristo para eles representou, simbolicamente, a Lei e os Profetas. Foi uma metáfora. É preciso que se saiba que, tomar os ensinamento da Bíblia ao pé da letra é falta de respeito. A transfiguração de Cristo foi um Milagre, mas as "presenças"(visões) de Moisés e Elias naquele episódio simbolizavam claramente a Lei e os Profetas, o que Cristo queria que os apóstolos se lembrassem.
12 - O senhor nunca sofreu alguma censura oficial da Igreja? -  Oficial, não. O Papa e os Bispos nunca se opuseram ao meu trabalho. Alguns padres ficaram meio desconfiados, chegaram a me chamar para explicar algumas coisas, mas só ficou nisso. Teve um superior meu que, por erro de informação, achou que a parapsicologia era coisa de herege, mas também com o tempo, tudo ficou esclarecido. Fui à Roma e dei todas as explicações e fui compreendido.
13 - O senhor acredita na interligação de todas as religiões, a unificação de todos os nomes de Deus, como pretendem alguns? Admite, afinal, que Cristo, Buda, Krishna e Maomé são diferentes nomes da mesma divindade? - Coisas contraditórias não podem ser verdadeiras. Há religiões que consideram que tudo é Deus. Já o cristianismo acredita na ressurreição: o homem não morre, se transforma. A ressurreição, portanto, é incompatível com a reencarnação que é defendida por outras doutrinas. Embora existam partículas de verdades em todas as religiões, as contradições entre todas são fatos inquestionáveis. Por isso, acreditar que possam se unificar e definir seus deuses por um só nome, não é possível. Também, na época de Cristo havia muitas religiões e ele dizia que era preciso definir o que era a verdade, e mandou seus apóstolos ensinarem ao mundo a verdade. Se tem quem acredita nas partículas de verdade, tudo bem, acredite. Mas, como teólogo e cientista, encontro tantas coisas contraditórias que não posso aceitar que Buda, Krishna, Maomé e Cristo sejam uma mesma divindade. Não.
14 - O senhor certamente leu o livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", do escritor português José Saramago. Ele apresenta um perfil mais humano de Cristo, o que não agradou a Igreja Católica em Portugal. Que avaliação o senhor faz do livro? - Como estilo literário, embora não seja a minha especialidade, gostei muito. Mas é de uma petulância doentia querer saber, no século 21, como foi Cristo, como se comportava Cristo. E, o que é pior, passando por cima das testemunhas escolhidas por Cristo, pessoas que o acompanharam. Além disso, os escritores contemporâneos de Cristo, todos eram gregos. Portanto, tudo o que foi escrito por eles e até Cícero, outro contemporâneo de Cristo, é a melhor verdade histórica de toda humanidade. Querer, agora, um literato, que nem teólogo é, que nem historiador é, que nem filósofo é, que nem parapsicólogo é, se pôr a falar sobre este tema no século 21, e ainda ganhar Prêmio Nobel, é uma loucura localizada.
15 - Qual o teólogo que mais influenciou o seu pensamento? - Eu gosto muito de Karl Rhaner, porque é jesuíta e excelente parapsicólogo, além de grande teólogo, e tem mais uns três ou quatro grandes historiadores sacros e especialistas em parapsicologia.
16 - O senhor não teme atrair para si antipatia social em razão de suas rigorosas opiniões contra o espiritismo? - A primeira obrigação do cientista é não atrever-se a emitir uma opinião que não seja a verdade. A segunda obrigação é não atrever-se a ocultar nada que seja verdade. Como cientista, estudo os fenômenos parapsicológicos em todo o mundo para apresentar à sociedade uma explicação reta. E, como sacerdote, sou uma pessoa interessada em eliminar os erros de interpretação, separar a verdade da superstição e diferenciar o verdadeiro do falso milagre. Portanto, não devo me preocupar por estar revelando a verdade sobre o que está traindo a verdadeira religião.
17 - O Senhor se considera um cientista? -  Eu não me considero, eu sou.Sou doutor em teologia. Em toda a minha vida, com cinco carreiras universitárias, me dediquei a estudar a parapsicologia. Portanto, não tenho o menor receio de afirmar que sou um cientista.
18 - Um religioso superstar tipo o padre Marcelo Rossi traz que tipo de contribuição para o catolicismo? - O que o religioso pretende ou deve pretender como meta, é chegar ao maior número possível de pessoas. Se cantando, Padre Marcelo atrai multidões, isto é um instrumento evangelizador muito bom. São Paulo dizia também que, se não evangelizar, o apóstolo é como o sino que não faz barulho.
19 - O senhor se acha capaz de desmascarar as curas espirituais praticadas pelo curandeiro João de Deus, que atua em Abadiânia, nas proximidades de Brasília? - O João de Abadiânia é pura farsa, todo mundo sabe. Eu já fui lá e ele fugiu. Ele diz que incorpora o espírito do jesuíta Santo Inácio de Loyola. Ora, Santo Inácio de Loyola era basco e João de Abadiânia, quando se diz incorporado pelo santo, não fala uma palavra em espanhol. Santo Inácio estudou na Universidade de Paris e João de Abadiânia não sabe francês, nem fala nessa língua quando se diz incorporado. Santo Inácio viveu muitos anos em Roma e João não fala em italiano. Santo Inácio, como todos os padres da época, sabia latim. João de Abadiânia, não entende e nem fala uma só palavra em latim quando se diz incorporado. Ele mesmo quando está doente, vai aos médicos, não procura um curandeiro nem apela ao espírito de Santo Inácio de Loyola.
20 - Por que os psicólogos e psiquiatras criticam tanto a parapsicologia? Na sua opinião, é preconceito ou há mesmo uma polêmica científica? -  A parapsicologia está muito bem estudada e os últimos a não aceitarem esta ciência são os psiquiatras e os psicólogos.Parapsicologia, psicologia, psiquiatria são palavras que sugerem a psique. Qualquer profissional de psicologia e psiquiatria considera que a psique é sua especialidade, mas, como não entende de parapsicologia, sai dizendo que "isso não é uma ciência". E se opõe automática e instintivamente. A parapsicologia nada tem a ver, propriamente com psicologia e psiquiatria. O psiquiatra estuda as manifestações anormais do psiquismo humano. O psicólogo estuda as manifestações normais. A parapsicologia é o conjunto dos ramos das ciências (física, química, medicina, filosofia, teologia). É uma ciência que estuda o comportamento não freqüente, à margem do normal, extraordinário, relacionado com o homem ou a outras forças da natureza. Qualquer manifestação da natureza, antes de ser negada, deve ser estudada. E é a parapsicologia que estuda os fenômenos incomuns. Roger Bacon (monge britânico franciscano- 1212/1294 -, conhecido como Doutor Admirável, que preconizou a ciência experimental) reagiu numa época em que a religião se metia e dava palpite em tudo, e que logo atribuía ao demônio o que não entendia. Ele defendeu que as manifestações desconhecidas deveriam ser estudadas em laboratórios e as análises repetidas à exaustão.
21 - O que o senhor acha da telepatia? Seria algo equivalente a televisão, uma transmissão de ondas? - A faculdade que permite as comunicações telepáticas, cientificamente chama-se faculdade PSI-GAMMA e esta faculdade nada tem a ver com ondas, por ser faculdade não material. Nos seus primórdios, a Ciência, que era exclusiva e aprioristicamente materialista, ao estudar esses fenômenos, pensou que deveriam ser sensoriais, como a HIP, isto é, Hiperestesia Indireta do Pensamento. Este sim, poderia se assemelhar ás ondas da televisão, onde há emissões que são emitidas e captadas pela pessoa; como os aparelhos de televisão captam as ondas emitidas pela central.
22 - Qual a utilidade da Parapsicologia? Além das contribuições valiosas já mencionadas? -  É tão útil quanto ou mais que a Medicina, a Psicologia e outras ciências pois ela é essencialmente libertadora. O homem moderno vive cercado de medos de demônios, espíritos, de homens com poderes, extra-terrestres, de forças secretas, de ameaças cósmicas, de fantasmas, de visões e de comunicações do além, etc.. E mostrar a esse homem que tudo isso é proveniente do próprio homem, de suas energias psicofísicas, de suas faculdades espirituais, é libertá-lo de temores, é torná-lo consciente e senhor de si e de sua vida, que deverá ser mais feliz, e paralelamente, pela prova dos milagres, trazê-lo à verdadeira Religião Revelada.
23 - E como está atualmente a Parapsicologia no Brasil? - Um número relativamente reduzido de pessoas possui uma idéia correta desta Ciência; a maioria tem uma idéia vaga e errada. Poucos brasileiros leram obras sérias e científicas sobre este assunto. Há além do mais, muitos conferencistas que se apresentam como professores de Parapsicologia e não o são, sendo na realidade, propagandistas de superstições.
24 - Feitiço e mau-olhado também são estudados pela Parapsicologia? - São muitas as pessoas que sofrem porque se sentem enfeitiçadas, "alguém me fez um trabalho". Na realidade, o feitiço não tem poder algum. O efeito do feitiço nada mais é do que o próprio temor da pessoa que se sente enfeitiçada. Por causa da auto-sugestão negativa, esta pessoa pode se sentir doente, mas a causa da doença não está no feitiço e sim no medo da pessoa que se auto-sugestionou.
25 - Falando do espiritual...acredita o senhor que há vida após a morte? - O tema da sobrevivência é estudado com especial interesse e atenção pela Parapsicologia. Em Durham, desde 1992, com a Instituição Mc Dougal, inaugurou-se a Fundação para Investigação da Natureza do Homem. Já antes, no Congresso Internacional de Parapsicologia de Saint- Paul de Vence (1954), os parapsicólogos e filósofos concluíram pela espiritualidade da faculdade. Em 1961, nos Estados Unidos, foi fundada a "Psychical Research Foundation" que publica o boletim THETA (da palavra grega que significa morte) no qual são expostos argumentos científicos em prol da sobrevivência. A sobrevivência é uma dedução lógica da espiritualidade que há no homem.
26 - O que é Parapsicologia? -  É a Ciência que trata dos fenômenos misteriosos, a primeira vista inexplicáveis, porém relacionados com o homem. Já os povos antigos pretendiam invocar os mortos, faziam adivinhações e havia entre eles curandeiros. Já então eram conhecidas as "casas mal assombradas". Posteriormente surgiram na Inglaterra, os cavalos encantados, os fantasmas e os bruxos. Datam de milênios os casos de pessoas ignorantes e analfabetos que, de repente, começam a falar línguas desconhecidas, pessoas que se levitam, pessoas endemoninhadas, etc. Os fatos que ainda hoje se repetem, são iguais; interpretados, porém de modo diferente e com finalidades específicas. Uns atribuem-nos aos demônios, outros a gênios, a deuses, e hoje está em moda, principalmente no Brasil, atribuí-los aos mortos. Podemos dizer que a Parapsicologia é o conjunto de ramos da ciência que estuda e estabelece a diferença entre verdadeiros e falsos milagres; os fundamentos verdadeiros ou falsos das religiões.
27 - Que visa então a Parapsicologia? - Como ciência tem a finalidade de constatar e analisar esses fenômenos. Essa constatação científica nos permite fazer certas afirmações seguras; o que ra outrora atribuído a entidades do além, a Parapsicologia provou serem de origem humana, isto é, trata-se de faculdades ou "poderes" do próprio homem vivo. Menos os verdadeiros milagres, exclusivos de Deus. A ciência vê o ambiente do fenômeno supranormal (milagre), e constatou: só em ambiente religioso divino.
28 - O senhor costuma dizer que as manifestações parapsicológicas não devem ser fomentadas ou desenvolvidas, mas curadas. Esse posicionamento não encontra respaldo em todas as teorias parapsicológicas já desenvolvidas. Existem linhas de estudo, que inclusive pensam o contrário: que as faculdades são uma evolução natural do ser humano e devem ser estimuladas. O senhor não acha perigoso tentar conter uma capacidade mental que pode ser inerente ao ser humano? -  O Congresso Internacional de Parapsicologia, realizado na Europa em 1953, proibiu fomentar esses fenômenos. O Dr. Tart comprovou que as brincadeiras com o baralho Zener, que se faziam na Duke University, podem causar lesões cerebrais que não se curam nunca. Cada vez que se fala de uma casa mal-assombrada, de pirogênese, logo surge uma epidemia de casos. Faríamos um mundo de loucos, de hipernervosos, porque ninguém manifesta um fenômeno parapsicológico em estado normal, só em estado alterado de consciência. Telepatia, por exemplo, todo mundo tem alguma vez. Mas uma casa mal-assombrada, uma levitação, uma transfiguração, uma pirogênese, uma autocombustão, são desequilíbrios. Plenamente normal, equilibrado, ninguém manifesta sequer uma telepatia, que é o fenômeno mais vulgar. O estado alterado poderá ser uma emoção, um sonho, o barulho dos atabaques, que causa uma disritmia cerebral, ácido lisérgico, peyote mexicano, cânhamo índico, mescalina, contágio psíquico, morte aparente, uma febre alta. Por outro lado, isso surge do inconsciente e o consciente não reconhece como próprio. Assim, há a necessidade de atribuir algo a alguém, e a pessoa pensa que tem poderes divinos, de espíritos, exus, orixás, fadas, ondinas, salamandras, larvas astrais, gênios, mahatmas; interpretações delirantes que levam à dupla personalidade. Um instituto que promete fomentar os fenômenos parapsicológicos vai atrair muito, vai estar cheio de seguidores, mas não é científico. Os fenômenos devem ser curados.
29 - Mas em outras religiões também se fala da ocorrência de milagres, e as pessoas não concordam com esse ponto de vista. - Qualquer bobagem é milagre ou então milagre é uma bobagem. Expulsou o demônio, saiu caminhando, tinha um tique nervoso e agora está bem. Algum caso de devolução de uma perna? Os católicos tem muitos. Algum caso de devolução de uma mão? Os católicos têm muitos. Alguma cura instantânea de um leproso? Temos muitas.
30 - E no caso da pictografia de Luiz Antonio Gasparetto? Os espíritos pintam através dele? - Por que Luiz Gasparetto, em vez de pintar autores impressionistas, que ele conhece, não pinta um autor que não conhece? Ele treinou a vida inteira para a pictografia- é um automatismo. A psicografia em geral se provoca com toda a facilidade. Dizem que são os mortos. Por que Chico Xavier não psicografa em latim? Ele diz que Emmanuel era um senador romano dos tempos de Cristo reencarnado no padre Manuel da Nóbrega. Então teria de se manifestar em latim. Mas a psicografia só sai em português e de autores que ele conhece. Não digo que seja truque, mas é um fenômeno claramente humano. Gasparetto também, só com autores que ele conhece. Ele treinou a vida toda para isso. Levamos algumas pinturas de gasparetto ao diretor do Museu de Arte Moderna e ele disse que, se aquilo fosse do autor ao qual se atribui e ele renascesse das cinzas, morreria de novo, de susto. As pinturas são apenas semelhantes, feitas com habilidade e uma rapidez típicas de todos os automatismos. Em um estado alterado de consciência, quando os automatismos tomam conta da máquina humana, quem não é especialista se surpreende. Mas reflitam um pouco: se fossem os mortos, por que nunca psicografam em latim, alemão ou russo??

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI O SEU RECADO DEMOCRÁTICO!!!

Atenção: O espacodemocratico3.blogspot.com.br não se responsabiliza por opiniões aqui expressas; pela autenticidade dos comentários e menos ainda por ilações que internautas façam em relação a outros comentários ou comentaristas. As opiniões aqui expressas não refletem, obrigatoriamente, a opinião do blog espacodemocratico3.blogspot.com.br. Este é um espaço democrático e aberto a todos que queiram manifestar suas opiniões. Comentários ofensivos ou de baixo calão serão sumariamente deletados.

Pastoral da Criança