Um dos assuntos mais comentados da semana, a entrevista do líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, ao programa “De Frente com Gabi” continua repercutindo.
Ontem (7/2), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) emitiu uma nota pública de repúdio às declarações do pastor. O órgão acredita que Malafaia “agrediu a perspectiva dos Direitos Humanos a uma cultura de paz e de uma sociedade que contemple a diversidade e o respeito à livre orientação – objetos da atuação da Psicologia, que se pauta na defesa da subjetividade das identidades”.
As críticas do CFP tomam vulto porque Malafaia também é formado em Psicologia. Porém, os argumentos do pastor sobre a a homossexualidade como uma questão de comportamento contrariam a Resolução CFP nº 001/99, que proíbe um psicólogo de afirmar que trata-se de “doença, desvio ou perversão”.
O Conselho alega que luta pelo “desaparecimento das discriminações em torno de práticas homoeróticas. Por isso, proíbe que psicólogos ofereçam “tratamento ou ação a favor de uma ‘cura’, ou seja, práticas de patologização da homossexualidade”.
A Resolução declara, ainda, que é um princípio da (o) psicóloga (o) o respeito à livre orientação sexual dos indivíduos e o apoio à elaboração de formas de enfrentamento no lidar com as realidades sociais de maneira integrada. É dever do profissional de Psicologia fornecer subsídios que levem à felicidade e o bem-estar das pessoas considerando sua orientação sexual.
Ao acusar o pastor de homofobia, o CFP mostra a mesma posição que o Conselho Regional de Psicologia do Paraná teve com a psicóloga cristã Marisa Lobo no ano passado, tentando impedi-la de acompanhar gays que queriam mudar de vida. Na época o CFP tentou caçar a o registro profissional de Marisa.
Toda vez que se debate essa questão, invoca-se a violação dos direitos humanos dessa parcela da população. Realmente, sabe-se que no ano de 2011, por exemplo, ocorreram 278 assassinatos motivados por orientação sexual.
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Contudo, parece exagero o CFP fazer essa relação entre “agressões e assassinatos” contra homossexuais e o que chama de “rede de discursos que os colocam como inferiores, vítimas de sua própria existência. Esses discursos e práticas são, então, ações de extermínios de subjetividades indesejadas”.
Ano passado, CFP assinou um termo de cooperação com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Seu objetivo era apoiar a campanha “Faça do Brasil um Território Livre da Homofobia”. Portanto, o Conselho classificou as declarações durante a entrevista com Malafaia de “atitude desrespeitosa com homossexuais” e que “ressalta um tipo de comportamento preconceituoso”. Por fim, ressalta que “O Brasil só será um país democrático, de fato, se incorporar valores e práticas para uma cidadania plena, sem nenhum tipo de discriminação. Exatamente o oposto do que prega o referido pastor”.
Silas Malafaia ainda não se pronunciou sobre essa “nota de repúdio”. Ao longo desta semana ele já respondeu as acusações do geneticista Eli Vieira. O assunto é polêmico e por isso também recebeu reprimendas de várias pessoas no meio evangélico. Caio Fábio chegou a afirmar que “Silas e Evangelho estão tão distantes um do outro como o diabo está de Jesus”
Com informações do CFP
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