Uma vida financeira saudável pressupõe ter consciência dos gastos e poupar mensalmente. Essas duas atitudes aparentemente simples podem evitar que o contingente de 63 milhões de inadimplentes no Brasil aumente ainda mais nos próximos anos. E formam o eixo da educação financeira. Incluída na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino infantil e fundamental como disciplina transversal – presente, portanto, tanto em aulas de matemática como história, português, geografia etc. -, que passa a ser obrigatória a partir de 2020, a educação financeira tem potencial para preparar os jovens para uma vida mais saudável do ponto de vista econômico e com acesso ao bem-estar social.
A Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) defende o planejamento financeiro como fator fundamental para o uso consciente dos recursos financeiros. Por isso, avalia como positiva a inclusão da disciplina no currículo escolar porque cria a cidadania financeira e o consumo racional estimulando o consumidor a ser adimplente, criando um círculo virtuoso, que afetará positivamente o mercado de crédito e impactará na melhora da economia.
De acordo com a última edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado em 2015, e cujos dados foram disponibilizados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ocupou o último lugar de desempenho em competência financeira entre os 15 países analisados. A nota geral nacional foi 393,5, ou seja, abaixo dos 400 considerados o mínimo suficiente pela organização. Dos 23.141 estudantes brasileiros avaliados, 12.691 ficaram abaixo desse nível. Nenhum estado ou região brasileira ficou acima da média da OCDE, que foi de 489 pontos em educação financeira.
“Com mais transparência entre o consumidor e o credor, como o Cadastro Positivo, por exemplo, o consumidor se empodera através da nota de crédito. Com educação financeira e indivíduos desde cedo bem informados sobre o risco do consumo excessivo e a importância de ações conscientes, ganham todos: consumidor, credor e país. Com menos inadimplência, mais pessoas têm acesso ao crédito sustentável, o que significa injeção de recursos na economia, empregos e bem-estar social”, afirma Elias Sfeir, presidente da ANBC.
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