sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Uma tal intervenção

 


A população de Canindé de São Francisco vivência a terceira intervenção no poder executivo no município. No dia 24 de setembro, os deputados aprovaram por unanimidade a indicação do economista Edgar Simeão da Motta Neto, feita pelo governador,  após o Tribunal de Justiça acatar o pedido do Ministério Público pela intervenção no município.

Logo em seguida, no dia 25 de setembro, o interventor toma posse no município, a poucos dias em que os postulantes a prefeitura do município iniciariam suas campanhas. O curioso é que a indicação foi feita pelo governador do PSD, partido de um dos candidatos ao executivo municipal. Conversando com alguns canindeenses, muitas pessoas estão apreensivas com algumas atitudes da intervenção, algo preocupante, já que o pedido que baseou o Ministério Público apontou que há indícios que ferem os princípios da legalidade, moralidade, da razoabilidade, proporcionalidade e da eficiência na administração do município, especialmente nas áreas da saúde e da educação. Relatórios do Tribunal de Contas do Estado, que apontam má gestão dos recursos, também foram incluídos no processo pelo MP.

Bom, como há uma série de questionamentos, cabe ao MP-SE averiguar tais preocupações. Recebemos um texto de um morador de Canindé, que não quis se identificar, fazendo um desabafo sobre a situação pela qual vivi o município:

“Quando se falava em intervenção, na minha mente leiga, vinham uma série de alegres imagens: de casa em ordem, moralidade, legalidade, etc. Mas aí ela chegou e provocou um turbilhão de sensações que beiravam a calamidade e o caos.

Certa feita me deparei com um enviado do Estado que dizia-se ser, por decreto, um homem de justiça, ordem e paz. No entanto, isso não se concretizou. A Justiça foi trocada por ações desastrosas, a Ordem foi corrompida, a Moralidade deparou-se com o escândalo, a Legalidade foi posta de escanteio e a Paz não veio.

Conto o que ocorreu: um funcionário público, ex-secretário municipal de educação,  o qual foi denunciado pelo Sindicato dos Professores e que está na lista dos investigados pela intervenção estadual (afinal ele é suspeito de desviar R$ 1,5 milhão da educação), foi premiado pelo interventor (pois é!), com o cargo de secretário de saúde do município. Vocês imaginam, o porquê isso aconteceu?

Esse novo secretário de saúde quer usar os recursos da COVID-19 em um hospital (aquele que é conhecido como elefante branco), que teve sua construção iniciada na Gestão de Orlandinho Andrade (que Deus o tenha) e espera ser concluído há mais de 10 anos. Esse hospital está sucateado: sem projeto elétrico, sem esgotamento sanitário, sem encanamento de água, etc. É desse jeito que o gestor quer usar o dinheiro do combate à Pandemia. Você concorda com essa afronta?

Já o secretário de obras, que vinha fazendo um brilhante trabalho no Município de Canindé, foi substituído pelo irmão de um vereador que é da base de apoio de Kaká Andrade. Esse vereador foi cotado inclusive para ser vice desse candidato. O antigo secretário, que apoiava o concorrente ao cargo de prefeito pelo Partido dos Trabalhadores, foi sumariamente exonerado, sem nenhuma justificativa plausível. Quanta brutalidade! Quanto cerceamento da liberdade de escolha política! Isso é uma afronta à Democracia, você não acha?

Na Secretaria de Educação nada mudou, não houve melhorias. Mas como o filho da secretária é candidato a vereador pelo partido de Kaká, ela continua gerindo a pasta. Você não acha isso um pouco estranho, não?

Com relação ao pagamento dos funcionários, esse continua sendo realizado como era na gestão do prefeito afastado Ednaldo da Farmácia. Ou seja, nada mudou! Os salários continuam sendo pagos de acordo com a entrada dos recursos nos cofres do Município, tal qual fazia Ednaldo. Repito: nada mudou!

A população aguarda o dia 16 de novembro de 2020. Nesse dia será revelada a verdadeira face da intervenção: demissão em massa dos servidores não efetivos, cortes drásticos nas gratificações e perseguições de toda sorte. Tudo isso, escondido agora no período eleitoral para não prejudicar a candidatura de Kaká Andrade. Será um caos total!”

Uma intervenção eleitoral

É assim como tem sido tratada a intervenção em Canindé para alguns munícipes. Esse momento eleitoral e a influência dos órgãos estaduais no município são preocupantes.

“Cabe lembrar que o membro de uma das famílias mais influentes no Estado é postulante ao executivo municipal”, desabafou um canindeense.




FOTO e TEXTO: 




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