A DISPUTA DA INTERIORIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Um dos debates mais importantes que tem se apresentado nos últimos anos é o da expansão do ensino superior brasileiro. O processo da reforma universitária iniciada nos governos de FHC e aprofundada nos governo de Lula e Dilma deu conta de uma ampliação significativa do número de vagas e matrículas nas universidades, em especial nas universidades particulares. Nesse período recente de 15 a 20 anos o setor privado avançou como nunca na história da educação no país e de forma muito maior se comparado com as universidades públicas. Nesse sentido, a reforma apontou na prática uma lógica privatizante da educação, perpetuando a lógica capitalista de submissão da instituição ao mercado e da educação enquanto mercadoria.

Isso se justifica pelo fato de a reforma universitária não ser aplicada de forma isolada, mas num contexto sociopolítico de reconfiguração do estado e de avanço do neoliberalismo, que agregava um conjunto de outras reformas como a trabalhista e a previdenciária. Contexto esse fundamentado em determinações de organismos financeiros internacionais (Banco Mundial e FMI) para os países subdesenvolvidos. Os governos brasileiros serviram nada mais que instrumentos para os setores da burguesia nacional e internacional aplicarem suas propostas para a educação no Brasil. Hoje cerca de 80% das matrículas do ensino superior estão no setor privado, restando apenas 20% no setor público. E este último amargando falta de recursos, privatização, precarização do trabalho, terceirizações, ausência de uma política de permanência para os estudantes de origem popular, etc.

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