Espaço Democrático

Ontem dia 09, por volta das 19h30min, durante a aula num pólo EAD de uma conceituada Universidade em Monte Alegre de Sergipe (no sertão sergipano), distante 111 km da capital, uma universitária (que preservaremos o nome), gestante de três meses (período de riscos numa gravidez) – passou mal (suspeita de princípio de aborto espontâneo) – e foi levada as pressas por colegas de sala para o hospital da cidade. Antes mesmo que a gestante deixasse o veículo em direção ao hospital, uma funcionária da unidade hospitalar (que estava na frente do local) anunciou: “ei fia não tem médico hoje não!” A motorista então desceu do carro e convenceu a profissional de saúde a aferir a pressão da paciente. Ao ser questionada sobre o paradeiro do/a responsável pela Unidade, ela apenas disse: “deu uma saidinha e volta já!” e completou: “em Monte Alegre não se realiza partos, nem trata desses casos”. Após aferida a pressão, que estava normal (mas a paciente sentia fortes dores), a colega da gestante dirigiu-se com seu veículo ao município vizinho de Nossa Senhora da Glória. Chegando ao hospital regional da cidade, o atendimento foi realizado com rapidez. Tinha dois obstetras de plantão naquela noite. Por sorte, tudo não passou de um susto. Na Unidade de Glória, ao saber que a paciente não conseguiu atendimento no hospital de Monte Alegre, ela informou aos acompanhantes da gestante que em outro caso, na mesma unidade, um médico autorizou um auxiliar de enfermagem a fazer uma simples sutura (conhecida popularmente como pontos cirúrgicos) sem a menor preocupação com o paciente.

Amigos leitores leiam a matéria acima e retirem do contexto o carro usado pela gestante, a disponibilidade dos colegas em ajudá-la, o fato de ter sido só um susto e a distância (razoavelmente pequena) de Monte Alegre até Glória e me respondam: O QUE SERIA DESSA “VIDA EM FORMAÇÃO” SEM ESSES PROVIDENCIAIS FATORES?

Clamamos por essa cidade! A população merece respeito!!!

Por Patrícia Alves e Eduardo Mello