sábado, 15 de setembro de 2012

O Brasil é uma festa da corrupção

O país das bravatas. Antes das eleições o senador, o deputado, o governador, era o campeão da moralidade. Os palanques balançam com a retórica da indignação, mas depois das eleições lá estão eles na festa do crime e da corrupção, ou protegendo corruptos, sem que seus eleitores se envergonhem deles. Não temem punição, pois são eles que fazem as leis corporativas que os livrarão de pegar cadeia e devolver o que roubaram do povo. Antigamente se chamava de neurastenia, ou histerismo, berrar, gritar, falar alto, o que é mais comum nos brasileiros. O garçom atende mal, damos uma bronca nele. Mas um banco poderoso denuncia uma pessoa como devedora, fazendo-a perder crédito na praça, colocando-a na lista dos “ficha suja” por um débito de 30 centavos. Mas não se protesta por isso.

A crassa desonestidade – que se pode chamar eufemisticamente de “falta de ética” – que nos últimos tempos esquenta o ambiente cultural nacional é prova de que o Brasil mostra a sua verdadeira cara. O governador que antes foi líder estudantil encabeçando passeatas, defendeu os sem-terra, agora manda a polícia espancar e jogar gás em estudantes que fazem passeata; envia tropas de choque para desocupar “invasões” em propriedades de uma empresa multinacional, ganha pontos nas pesquisas e provavelmente vai reeleger-se nas próximas eleições. 

O congressista que se elegeu à custa da crescente população evangélica rouba do erário, promove parentes, enriquece-se com concorrências fraudulentas, privilegia os amigos e ONG’s evangélicas que recebem polpudas dotações “sociais” e devolvem comissões ao mesmo, e púlpitos de grandes igrejas lhes são oferecidos. Ele fala contra os “perseguidores do evangelho” que ousam apresentar evidências de seu enriquecimento ilícito, e garante que “aquelas verbas” continuarão vindo. Igrejas e laranjais se igualam.

O pastor milionário da TV vende seu produto: “Deus tem um plano de salvação para você, sua família, seus filhos e sua mulher. E você pode usar o credicard da igreja. Basta pedir o seu, e ir ao seu banco entregar sua oferta”. Jamais será indiciado por estelionato. Ele “prega o evangelho” enquanto aumenta a conta bancária da igreja da qual é dono, sem ter que dar satisfações ao Ministério da Fazenda.

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